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    40 anos após final histórica, Ponte e Corinthians voltam a decidir título

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    24/04/2017 02h00

    Corinthians e Ponte Preta vão reviver exatamente 40 anos depois uma das finais mais marcantes da história do Campeonato Paulista.

    O time campineiro garantiu vaga na final deste ano ao eliminar o Palmeiras sábado (22). A equipe da capital avançou após despachar o São Paulo neste domingo (23).

    Os jogos deverão ser realizados nos dias 30 de abril e 7 de maio, em locais a serem confirmados pela FPF (Federação Paulista de Futebol) nesta segunda-feira (24).

    Como fez melhor campanha na soma das três fases, o Corinthians deve jogar a segunda partida no Itaquerão.

    Há 40 anos, o Corinthians sagrou-se campeão após três jogos –todos realizadas no Morumbi– e pôs fim a um jejum de 23 anos sem título.

    Dos três duelos, dois foram vencidos pela equipe dirigida por Oswaldo Brandão.

    A decisão de 1977 teve herói de um lado e vilão do outro. Pelo Corinthians, Basílio fez o gol do título aos 36 minutos do segundo tempo, no terceiro jogo da final (1 a 0).

    Na mesma partida, o atacante Rui Rei foi expulso aos 16 minutos da etapa inicial por reclamar acintosamente de falta com o árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia.

    Quatro meses depois, o jogador foi anunciado como novo reforço do Corinthians.

    A negociação gerou polêmica sobre um comprometimento dele naquela decisão.

    IGUAIS E DIFERENTES

    "O sabor daquele gol do título é o mesmo para toda a nação corintiana. É muito valorizado, já que o Corinthians não era campeão havia 23 anos", afirmou Basílio.

    Ele vê o Corinthians atual com algumas semelhanças ao time campeão de 1977.

    "São épocas distintas, mas este time do Corinthians tem a mesma pegada e postura. Entrou desacreditado na competição, mas superou os obstáculos", completou.

    Dicá, 69, principal ídolo da torcida pontepretana, disse que seu time era muito mais técnico do que o atual.

    "Em 1977, o Corinthians tinha mais brio e força física. O único diferencial era Palhinha. Já a Ponte Preta era mais técnica desde o sistema defensivo até o ofensivo e estava em um estágio superior."

    "Hoje, a Ponte tem um fator que pode ser decisivo que é a marcação e a qualidade para sair jogando. O [técnico Gilson] Kleina ajeitou a equipe e a chegada do Fernando Bob ajudou a dar mais equilíbrio", disse o ex-camisa 10.

    Revelado na base da Ponte Preta e com passagens pela seleção brasileira, o ex-zagueiro Oscar, 62, concorda com o companheiro. "Tínhamos um time mais técnico e agora temos uma equipe que marca mais forte, que é determinada. Já o Corinthians é bem parecido com o de hoje."

    Dicá ainda isentou Rui Rei de qualquer culpa. "Naquela decisão, a arbitragem atrapalhou muito a gente. O Dulcídio intimidou o Rui Rei antes de o jogo começar. Estava próximo e presenciei."
    A Folha tentou falar com o atacante, sem sucesso.

    Além da final de 1977, Corinthians e Ponte Preta também foram finalistas do Paulista dois anos depois. Como na primeira disputa, a equipe da capital faturou o título após três jogos –obteve duas vitórias e um empate.

    "Em 1979, o Corinthians estava melhor do que a Ponte. Tinha valores individuais que decidiam uma partida, e nossa equipe não manteve a mesma base", comentou Dicá.

    Maior campeão do Paulista, o Corinthians busca seu 28º título. A Ponte Preta tenta a sua primeira grande conquista. O time foi vice também em 1970, 1981 e 2008.

    "Todos aguardam com ansiedade este título", disse Dicá. "É uma grande oportunidade. A Ponte Preta melhorou muito administrativamente. Acredito que chegou a hora", completou Oscar.

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