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    Campeonato Paulista 2017

    Jô volta para 'casa', torna-se decisivo e põe fim à desconfiança dos corintianos

    EDUARDO RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    30/04/2017 02h00

    Discreto e arrependido pelos erros cometidos no passado, Jô, 30, retornou ao Corinthians em 2017 após 12 anos sob desconfiança.

    Sua imagem após o vexame da seleção no Mundial de 2014, no qual foi reserva de Fred, estava arranhada. Naquela mesma temporada ficou 13 meses sem balançar as redes pelo Atlético-MG.

    Ele sabia que o segredo para espantar qualquer dúvida sobre o seu futebol era marcando gols. E foi o que fez.

    Vaiado na segunda rodada do Campeonato Paulista na derrota por 2 a 0 para o Santo André, Jô deu uma rápida reviravolta, e em pouco menos de três meses caiu nas graças dos corintianos como o "Rei dos clássicos".

    Nos cinco duelos do time alvinegro no ano contra os grandes clubes paulistas (Palmeiras, São Paulo e Santos), o atacante fez gol em todos. Tornou-se decisivo e peça fundamental no esquema tático de Fábio Carille.

    "Além de jogador do Corinthians, o Jô é corintiano desde criança. Veio com muito amor, muito prazer. Ele voltou para a casa dele, de onde nunca deveria ter saído", resumiu o pai do jogador, Francisco Dario de Assis Silva, sobre o sucesso do filho nos clássicos.

    Outro fator preponderante para o bom momento do atacante nascido em Sapopemba, zona leste de São Paulo, foi o seu distanciamento das bebidas alcoólicas.

    Quando chegou ao Internacional, em 2011, Jô começou a ter problemas com o álcool. As noitadas e baladas faziam parte de sua rotina. No Atlético-MG, em 2012, a situação piorou quando convivia com Ronaldinho Gaúcho.

    À Folha, no fim de novembro do ano passado, ele revelou que decidiu mudar quando estava "perdendo tudo".

    "A minha vida estava sem sentido, me afundando e ficava um vazio", contou.

    Saiu do Atlético-MG em 2015 e passou um período com os pais, que hoje moram no Tatuapé, e encontrou o refúgio que precisava.

    "Ele viu que o ponto a que chegou não era interessante para ninguém. Quando foi afastado do Atlético e veio para minha casa e a família teve um peso muito grande na vida dele", lembra Dario.

    Neste domingo, Jô pode dar um passo importante para conquistar o seu primeiro troféu após recuperação.

    Segundo o seu pai, o atacante preferia enfrentar o Palmeiras na final. Jô acredita que a Ponte Preta é um time muito organizado e com fome de título. As equipes jogam neste domingo (30), às 16h, no Moisés Lucarelli.

    PUXÃO DE ORELHA

    Além de ficar marcado por ser cirúrgico nos clássicos, Jô também foi personagem de um dos lances mais emblemáticos do Paulista.

    Na primeira semifinal entre Corinthians e São Paulo, Jô tentou alcançar um passe longo e o goleiro Renan Ribeiro, do São Paulo, saiu para fazer a defesa, protegido por Rodrigo Caio. Após ver o goleiro reclamar de um pisão na perna, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira mostrou cartão amarelo ao atacante.

    Seria o seu terceiro no torneio, o que o deixaria suspenso do jogo de volta. Mas o zagueiro são-paulino disse a verdade para o juiz: fora ele o autor do pisão involuntário em Renan. O cartão foi anulado.

    "Depois desse caso nós passamos duas horas conversando sobre, e o Jô achou muito legal a atitude do Rodrigo Caio. É claro que eu tive que lembrá-lo que contra o São Bento ele tinha simulado pênalti e não avisou nada pro juiz. Ele me disse que naquele caso era diferente (risos)", finalizou Dario, que não evitou dar um "puxão de orelha" em Jô.

    Estatísticas de Jô e Pottker - Atacantes são decisivos em Corinthians e Ponte Preta

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    Ponte Preta x Corinthians, Moisés Lucarelli
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