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    Copa Libertadores

    Santos volta ao Pacaembu em meio a debate político sobre jogos na capital

    KLAUS RICHMOND
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SANTOS

    04/05/2017 02h00

    Jorge Araujo - 13.nov.2015/Folhapress
    O técnico Dorival Júnior depois de treino no CT Rei Pelé
    O técnico Dorival Júnior depois de treino no CT Rei Pelé

    A volta do Santos ao Pacaembu, 23 dias após sofrer o baque da eliminação para a Ponte Preta no Paulista, desperta discussões no clube que vão além das pretensões da equipe dentro de campo. Nesta quinta-feira (4), contra o Santa Fe (COL), às 21h45, o time tenta dar um passo decisivo para a classificação às oitavas da Libertadores.

    A escolha do estádio para mandar os jogos divide o Santos entre duas alas: a dos que acreditam que "o Santos é de Santos" e deve jogar na Vila Belmiro, contra a que pede para o clube atuar mais vezes na capital paulista.

    "Um circo precisa estar onde está o seu público. Não precisa jogar todos os jogos no Pacaembu, mas defendo uma divisão justa, 50% a 50%, com o intuito de obter boas receitas e satisfazer a torcida", explica José Carlos Peres, segundo candidato mais votado na eleição de 2014 a presidente do clube.

    Ele é o principal rival político do atual presidente, Modesto Roma Júnior, e ocupava cargo de gerente de marketing internacional, mas foi demitido recentemente.

    "Precisamos de um equilíbrio. Temos torcida em muitos lugares e gostamos de muitos palcos, mas o Santos depende de autorizações da Polícia Militar e da detentora dos direitos [de transmissão], isso precisa ser considerado", pondera Roma Júnior.

    O clube já anunciou publicamente que tem a intenção de mandar mais jogos no Pacaembu no segundo semestre. Para o rival de Modesto, a medida tem caráter eleitoreiro, já que em dezembro serão realizadas novas eleições para a presidência do Santos. No ano passado, o time disputou sete jogos no Pacaembu, seis como mandante.

    "Jogar no Pacaembu agora é uma medida eleitoral. Concordo com o Modesto, precisa jogar mesmo, mas agora é eleitoral", diz Peres.

    O atual presidente afirma que nenhuma escolha de mando tem base política e que as definições são tratadas como "assuntos de administração do futebol".

    Entre os cinco candidatos em 2014, Modesto foi o menos votado pelos sócios da capital. Recentemente, ele autorizou a realização de festa em São Paulo pelo aniversário de 105 anos do clube.

    BOM RETROSPECTO

    O time do técnico Dorival Júnior possui retrospectos respeitáveis no Pacaembu. São 18 vitórias consecutivas desde 2014. Em 12 partidas pela Libertadores no estádio, nenhuma derrota: sete triunfos e três empates.

    "O Pacaembu nos traz confiança. A torcida nos apoia, fica mais próxima. Como temos menos oportunidades de jogar lá, acaba sendo mais vibrante e especial. Faz com que façamos grandes jogos", diz o lateral Victor Ferraz.

    "Temos que ter a ansiedade comedida antes de voltar a atuar dentro do Pacaembu", afirma Dorival Júnior.

    Este ano, além dos resultados esportivos, os jogos no Pacaembu também mostraram potencial de fazer bem aos cofres do clube. A arrecadação nos três jogos que o Santos fez no estádio foi maior do que nos oito jogos do time alvinegro em sua arena particular -R$ 2.522.250 no Pacaembu contra R$ 2.050.440 na Vila Belmiro.

    Até o início da noite desta quarta-feira (3), cerca de 23 mil ingressos haviam sido vendidos para o jogo contra o Santa Fe no Pacaembu. Quase 10 mil a mais que o total negociado no último jogo do time pela Libertadores na Vila, contra o The Strongest.

    Guilherme Dionizio/Folhapress
    Vitor Bueno no treino do Santos, no CT Rei Pelé
    Vitor Bueno no treino do Santos, no CT Rei Pelé

    POUCAS MUDANÇAS

    O Santos deve enfrentar o Santa Fe com poucas mudanças. Na lateral esquerda, Dorival Júnior deve continuar apostando em Matheus Ribeiro. Havia a chance de o atacante colombiano Copete jogar improvisado na função, mas Ribeiro venceu a concorrência.

    O técnico busca um substituto ideal para a vaga deixada por Zeca, em recuperação de cirurgia no joelho esquerdo. A única chance de modificação recai sobre Vitor Bueno, um dos jogadores mais criticados pela torcida. Se sair, deve dar lugar ao também colombiano Vladimir Hernández.

    O elenco ainda se recupera do baque emocional sofrido no início da semana. Em acidente na rodovia BR-376, em Alto Paraná, morreram os pais e uma tia do meia Rafael Longuine.

    "Todos estamos abalados, mas não podemos fugir do compromisso. Não é fácil separar o lado humano, mas temos que fazê-lo", afirmou Dorival Júnior.

    A equipe lidera o Grupo 2 da Libertadores, com cinco pontos, seguido por Santa Fe e The Strongest com 4; e Sporting Cristal, 2. Caso vença, terá vantagem importante para as duas rodadas finais da primeira fase.

    A partida seguinte será contra os bolivianos do The Strongest, na altitude de La Paz, no próximo dia 17.

    NA TV
    Santos x Santa Fe
    21h45 Fox Sports

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