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    Problemas na marcação são obstáculos do Palmeiras contra o Inter

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    31/05/2017 02h00

    As atuações recentes contra o Atlético Tucumán (2 a 1), pela Libertadores, e contra o São Paulo (0 a 2), pelo Brasileiro, mostraram que a mudança de técnico do Palmeiras tem no sistema defensivo um dos principais pontos de dificuldade. Nesta quarta-feira (31), pela Copa do Brasil, o time enfrentará o Internacional no Beira-Rio (21h45, TV Globo e SporTV) e, já que ganhou o jogo de ida por 1 a 0, se não tomar gols passará para as quartas de final da competição.

    Com o treinador Eduardo Baptista, a equipe adotava a marcação por zona, como quase todos os times. Dessa forma, cada jogador fica encarregado de uma área do campo, e persegue o adversário que a invade.

    Cuca prefere utilizar a marcação individual, indo contra a tendência internacional. Nesse esquema, cada atleta tem a responsabilidade de acompanhar um adversário específico em toda sua movimentação pelo campo.

    Os jogadores costumam correr mais ao marcar individualmente, já que têm que seguir todos os movimentos dos rivais pelo campo. Dessa forma, o cansaço pode prejudicar a defesa ao longo da partida.

    Além disso, se o outro time se movimenta muito, a formação defensiva de desarruma, com os jogadores correndo o risco de "baterem cabeça". No mesmo sentido, um drible do adversário sobre um defensor tende a gerar situações perigosas, já que praticamente não há outro atleta de defesa na sobra. O entrosamento dos jogadores de defesa tem que ser grande, para que os encaixes com os adversários não deixem espaços.

    Esses problemas se tornaram claros em diversos momentos da derrota para o São Paulo. Rápido e habilidoso, o atacante Luiz Araújo conseguiu escapar do zagueiro Mina em diferentes ocasiões, criando situações de gol com frequência.

    O esquema de marcação individual também se vê mais prejudicado pelo rodízio de jogadores que tem sido promovido por Cuca para poupá-los fisicamente. O modelo de jogo depende mais das características específicas dos jogadores do que o modelo de marcação por zona, com tarefas mais delimitadas. Contra o São Paulo, por exemplo, o zagueiro Juninho substituiu o titular Edu Dracena e fez sua segunda partida com a camisa do Palmeiras. Nesse caso, o substituto teve boa atuação.

    Editoria de Arte/Folhapress
    A mudança na marcação do Palmeiras
    A mudança na marcação do Palmeiras

    Para a partida contra o Internacional, Cuca voltará a escalar a defesa titular, com Fabiano (ou Jean, caso não seja escalado no meio de campo), Edu Dracena, Mina e Zé Roberto.

    Jogando à frente deles, Felipe Melo é um atleta que tem apresentado dificuldade na transição para o novo sistema de marcação. Como argumentado na coluna de Paulo Vinícius Coelho neste domingo (29), na Folha, o volante jogou por dez anos na Europa marcando por zona, e "não tem a característica para atuar como o Palmeiras fazia no ano passado" com Cuca.

    Durante a campanha do Brasileiro, os jogadores da equipe chegaram a manifestar insatisfação com o tipo de marcação proposto por Cuca. No entanto, como a campanha vinha sendo vitoriosa, o time manteve o sistema.

    "Temos ideias diferentes que o técnico [Eduardo Baptista] implantou. Marcamos por zona, e não mais individualmente. É questão de adaptação, não tem certo e errado. Uma das vantagens é que você não se desorganiza tanto para marcar. Se você pega um lateral esquerdo que cruza atrás do atacante que chega pela direita, pode acontecer um desequilíbrio se a marcação não estiver encaixadinha. Na marcação por zona, não. Você pega o cara do setor", disse Fernando Prass à Folha em abril.

    "Precisa melhorar na defesa, na compactação e na bola parada. Se a gente se der por satisfeito vai acabar se enganando e é perigoso isso", comentou o goleiro mais recentemente, após a vitória contra o Tucumán.

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