Restando dois minutos no cronômetro do terceiro quarto, o armador Stephen Curry cruza a linha central da quadra com passo apressado, dribla só mais uma vez e arremessa: mais três pontos para o Golden State Warriors

Na vitória por 113 a 91 sobre o Cleveland Cavaliers, pelo primeiro jogo das finais da NBA, o astro mostrou que está em ótima forma. Terminou com seis cestas de três pontos convertidas, marcando 28 pontos em 34 minutos.

Ao explicar a vitória na partida de quinta-feira (1º), porém, Curry apontou para o outro lado da quadra.

"O melhor foi nossa presença defensiva, o jogo todo, por 48 minutos", disse.

O segundo jogo da série será neste domingo (4), às 21h.

Disputando sua terceira decisão consecutiva, os Warriors ainda têm de se esforçar para passar essa mensagem: que o sucesso do time passa também por sua força na defesa, enquanto seu poderio ofensivo é alardeado.

Nas últimas três temporadas, o time de Oakland esteve sempre posicionado entre as quatro defesas mais eficientes da liga. Foi a melhor em 2015, sofrendo 98,2 pontos por 100 posses de bola. Em 2016, ficaram em quarto, com 100,2. Neste ano, subiram para segundo, com 101,1.

Na quinta-feira (1º), o ala LeBron James e os Cavaliers sentiram de perto a penúria que a pressão defensiva do Golden State pode causar.

Os Cavs desperdiçaram 20 posses de bola sem que nem conseguissem tentar um arremesso. Na temporada, a média foi de 13,7 por partida.

Oito desses deslizes ficaram na conta de LeBron, praticamente o dobro de sua média no campeonato (4,1).

"O problema começou comigo. Sempre me orgulho de cuidar de nossos ataques, mas errei muito", disse.

Quando os Cavs não deixavam a bola escapulir, seguiam com dificuldade para pontuar. Com aproveitamento de 34,9% nos arremessos, registraram a segundo pior marca da temporada. LeBron errou 11 de suas 20 tentativas.

Mas os 22 pontos de déficit dos Cavs não se explicam somente pela contenção de LeBron. Sua própria porosa defesa entra na lista de ajustes do técnico Tyronn Lue.

Os Warriors anotaram 56 pontos no garrafão, dez a mais que a média pela temporada. Destes, 42 foram anotados já no primeiro tempo.

Não parou por aí. O Cleveland não conseguiu nenhuma roubada de bola, algo que não acontecia na liga desde fevereiro de 2016. Ao mesmo tempo, forçou apenas quatro desperdícios de posse de bola do rival, marca mais baixa da história dos playoffs.