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    Palmeiras diz para locutor do estádio baixar o tom após provocação ao Fla

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    06/06/2017 18h04 - Atualizado às 18h39

    Os torcedores do Palmeiras que foram ao Allianz Parque nos últimos jogos estranharam o tom do locutor Marcos Costi. Xodó da torcida por sua empolgação no microfone e pelos bordões que criou, ele teve presença mais discreta nos confrontos contra o Atlético Tucumán e o Atlético-MG. Isso porque ele foi orientado por diretores de arena do Palmeiras Roberto Silva, Mauro Yazbek e José Inglese a baixar o tom depois de sua provocação ao Flamengo em 17 de maio.

    Na ocasião, o Palmeiras vencia o Internacional por 1 a 0 pela Copa do Brasil enquanto o Flamengo era eliminado da Libertadores após derrota para o San Lorenzo. Costi disse de sua cabine "cheirinho no ar", em referência ao bordão "cheirinho de hepta" que os flamenguistas repetiam em 2016 durante a disputa do Brasileiro –que acabou sendo conquistado pelo Palmeiras.

    A provocação não repercutiu bem entre os diretores, que foram pedir mais isenção a Costi.

    Entre as demandas, foi pedido para que ele não provocasse mais os adversários e que tratasse os times com mais imparcialidade e "profissionalismo". Nas escalações, por exemplo, Costi dizia de maneira seca o nome dos jogadores adversários e cantava os do Palmeiras. Nos últimos jogos, fez de maneira neutra.

    "Teve, sim, a conversa. Assim como pedimos respeito nos outros estádios, também temos que respeitar. Não temos nada contra o Costi, o trabalho dele é muito bom e queremos que ele continue, claro. Mas a gente tem um padrão em todos os departamentos do clube. No estádio, falamos de instituição para instituição. Não pode haver ofensa", diz Yazbek.

    "Ele tem o estilo dele e não queremos interferir. Só queremos um texto sem ofensas em relação ao adversário", completa.

    Esta não é a primeira vez que a locução de Costi é contestada no Allianz Parque. Em 2015, após afastamento por um jogo e boatos de que o motivo teria sido o desagrado da construtora WTorre com sua suposta imparcialidade, torcedores fizeram campanha para que ele voltasse a participar dos jogos.

    Procurado pela Folha, Costi não quis se pronunciar sobre o tema.

    LOCUTOR-TORCEDOR

    Torcedor do clube "desde antes de nascer" (seus pais se conheceram no estádio do Canindé em um jogo entre Palmeiras e Portuguesa), ele anda o tempo inteiro com alguma vestimenta da equipe à mão: camisa, agasalho – "nunca se sabe quando posso precisar". Costi torce para o time desde sempre, o tempo inteiro.

    E isso o fez cair nas graças da torcida. "Meus iguais", disse Costi à reportagem em 2015.

    Ele chegou ao posto no final de 2014 após indicação de um amigo que é conselheiro do Palmeiras, que o colocou em contato com Ricardo Galassi, diretor do estádio à época.

    "Nunca achei que ele fosse me convidar de fato, mas foi a realização de um sonho antigo", diz Costi, que se define como um "radialista frustrado".

    Nos jogos, ele é responsável por anunciar as escalações, cartões e substituições, a quantidade de torcedores no estádio, a renda e, claro, os gols.

    "No primeiro jogo, eu estava com medo, tenso, porque todo palmeirense sabe que a torcida é dividida, não é? É a torcida que canta, vibra e corneta", conta, aos risos.

    "Logo no primeiro nome eu estendi a vogal: Praaass. E a torcida foi junto, gritando. E eu continuo fazendo isso. Fico muito feliz de agradar tantas pessoas de uma torcida bem dividida", completa.

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