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    Roteiro da virada de 2016 serve como alento para Cleveland na NBA

    GIANCARLO GIAMPIETRO
    DE SÃO PAULO

    07/06/2017 02h00

    Marcio Jose Sanchez/Associated Press
    Curry, do Golden State Warriors, faz bandeja sobre LeBron, do Cleveland Cavaliers, na final da NBA
    Curry, do Golden State Warriors, faz bandeja sobre LeBron, do Cleveland Cavaliers, na final da NBA

    "Só preciso de comida e um pouco de vinho. Vou ficar bem."

    Ao sair de quadra após duas derrotas em dois jogos pelas finais da NBA, LeBron James, o astro do Cleveland Cavaliers, parecia exausto. Quando questionado se precisaria de algum tratamento para se recuperar, saiu com a declaração acima, em uma de suas típicas tiradas.

    Talvez tenha sido uma tentativa de despiste por parte do ala, após mais um placar de vantagem expressiva para o Golden State Warriors. Ou talvez o jogador já se recordasse da decisão do ano passado, cujo roteiro teve o mesmo início. No final, os Cavs completaram virada inédita e foram campeões pela primeira vez.

    Na verdade, se resgatarmos as duas primeiras partidas de 2016, o saldo dos Cavaliers ao sair de Oakland, território inimigo, era ainda pior. Eles tinham déficit maior por sete pontos. Num duelo até agora desequilibrado, talvez seja o principal alento.

    Por ora, a NBA testemunha amplo controle por parte dos Warriors. Os californianos estiveram na liderança por 86 dos 96 minutos destas finais.

    Nos últimos 20 anos de disputa, só duas equipes estiveram à frente do placar mais tempo: os Lakers em 2002 e os Spurs em 2007. Ambos foram campeões fazendo 4 a 0 - a chamada "varrida" -, respectivamente contra New Jersey Nets e o próprio Cavs, na primeira final de LeBron.

    Além disso, as 18 cestas de três pontos convertidas pelos Warriors são um recorde.

    Isto é: no presente, há muitos elementos pesando a série a favor do time do Oeste. Para os Cavs se animarem, no retorno a Cleveland, além de recorrer ao passado, há uma extensa lição de casa.

    "Eles venceram os dois primeiros jogos, como diz o script", disse o técnico do Cleveland, Tyronn Lue. "Agora vamos para casa, com nossa torcida, para nos reagrupar."

    Folhapress
    Comparação das finais de 2016 e 2017 da NBA

    OUTRA HISTÓRIA

    A tentativa de virada dos atuais campeões, porém, é mais penosa neste ano.

    Entre os obstáculos mais claros, destacam-se: o reforço do ala Kevin Durant, que acumula 71 pontos no duelo; a volta à boa forma do armador Stephen Curry; por fim, o bom comportamento do ala-pivô Draymond Green, suspenso do quinto jogo de 2016 devido ao excesso de faltas flagrantes. Não será fácil.

    Ainda assim, o técnico Steve Kerr faz de tudo para inibir qualquer indício de euforia em seu vestiário. Destacou os 20 desperdícios de posse de bola no domingo (4). "Em Cleveland, se jogarmos assim, não venceremos de jeito nenhum", disse.

    Na pauta dos Cavs está o ajuste defensivo: Lue cobra mais atenção diante da movimentação incessante de perigosos chutadores.

    Editoria de arte/Folhapress
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    Outra questão de ordem tática tem a ver com o ritmo das finais em quadra. O Cleveland tem procurado acompanhar a correria dos Warriors, e o estilo aparentemente caótico só favorece ao rival.

    As duas primeiras partidas destas finais foram simplesmente as mais aceleradas que LeBron já viu pelos playoffs. Detalhe: seu currículo inclui 214 jogos de mata-mata.

    Não foi à toa a sensação de exaustão apresentada pelo astro. Ele agora espera que o time mais uma vez possa contrariar as expectativas. Se for para apreciar uma taça de vinho, que seja comemorando.

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