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    Titular contra a Austrália, Giuliano atravessa fase artilheira na Rússia

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    13/06/2017 02h00

    Lucas Figueiredo/CBF
    03.10.2016 Selecao treina ao lado da torcida na Arena das Dunas, Giuliano - Foto: Lucas Figueiredo/CBF ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Giuliano durante treino da seleção brasileira na Arena das Dunas, em Natal (RN)

    Ansioso assumido, o técnico Tite já pensa na Rússia desde que garantiu a classificação para a Copa. Para sanar a curiosidade sobre o país-sede do Mundial, os jogadores e a comissão técnica podem recorrer a um "infiltrado".

    Representando desde agosto de 2016 o Zenit, da Rússia, o meia Giuliano, 26, tem vivido fase artilheira na Europa. Em 49 partidas pelo clube russo, marcou 18 gols e deu 15 assistências, confirmando em números a temporada mais frutífera da carreira. Antes disso, o máximo que tinha conseguido tinha sido 11 gols e 13 assistências em em 58 jogos pelo Grêmio em 2015.

    "Vivo meu melhor momento, tecnicamente e fisicamente. Estou numa sequência longa, tenho jogado a cada dois, três dias e sempre quase 90 minutos. Tenho feito muitos gols, dado muitas assistências, e quero prolongar essa boa fase ao máximo", diz o jogador, que será titular na partida contra a Austrália nesta terça-feira (13).

    À Folha, outros brasileiros que jogam na Rússia disseram se espelhar em Giuliano ao cultivarem esperanças de chegar à seleção.

    "Pelo fato de a Copa ser aqui, traz holofotes. Com certeza dá para mostrar serviço jogando na Rússia, e o Giuliano é exemplo disso", afirmou o volante Fernando, 25, titular do campeão Spartak Moscou, que findou jejum de 16 anos sem o título nacional.

    Segundo Cleber Xavier, assistente técnico da seleção brasileira, Giuliano é um jogador moderno, que cuida bem de sua integridade física e psicológica. Além disso, o meia, com o qual trabalhou no Internacional (2008-2009, na passagem de Tite pelo clube gaúcho), também agrada por sua polivalência, exercendo diferentes funções em campo. Giuliano tem presença praticamente garantida na Copa, já que tem sido chamado por Tite desde a primeira convocação.

    "No Zenit, jogo um pouquinho mais na frente, mas com liberdade de recuar e atuar como um terceiro homem de meio, como faço na seleção brasileira com o Tite. Eu já exerci muitas vezes a função de extremo no lado do campo, tanto do lado esquerdo como do lado direito; pela minha característica eu tenho boa recomposição, ajudo o sistema defensivo, e também tenho a facilidade de entrar e me tornar um jogador a mais no meio", explica.

    "Também jogo de terceiro homem de meio, uma espécie de terceiro volante. Atualmente, gosto de jogar mais à frente, como se fosse um segundo atacante, mas com total liberdade de movimentação", completa. Na seleção, ele já deu mostras dessa versatilidade, atuando tanto pelo centro como pelas pontas na linha de quatro meias.

    Sobre a vida na Rússia, ele conta que sai pouco de casa devido à rotina intensa de trabalho, participando de três competições: Campeonato Russo, Copa da Rússia e Liga Europa. Giuliano diz que o frio costuma castigar os atletas, que têm que enfrentar a neve e temperaturas negativas. No entanto, para ele isso não será obstáculo à seleção brasileira em 2018.

    "No período da Copa do Mundo será verão aqui, e o calor é bastante intenso. Teoricamente, pode, na verdade, ajudar os jogadores do Brasil", diz.

    RACISMO

    A Fifa e a Federação local fazem um trabalho intenso para conter as manifestações preconceituosas que acontecem com frequência nos estádios russos. Giuliano, que atua em um dos clubes cujos torcedores mais protagonizam incidentes racistas, diz que tem visto resultados desse esforço na sua rotina.

    "Eles têm preocupação em controlar, especialmente no Mundial. Eles mostram propagandas o tempo todo e eu, inclusive, participei de uma sobre racismo. Não vivi nenhuma situação e também não vi. Espero que continue assim, porque é algo muito feio, e não precisamos disso na vida nem no futebol."

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