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    Campeonato Brasileiro 2017 - Série A

    Briga pela ponta do Brasileiro tem duelo de Carille e Renato Gaúcho

    DE SÃO PAULO

    25/06/2017 02h00

    Fabio Carille, 43, começou como meia-atacante no futebol de base em Sertãozinho. Foi recuando, recuando e terminou a carreira como zagueiro, para surpresa dos seus amigos mais antigos. Renato Gaúcho, 54, começou como atacante, encerrou a carreira como atacante e hoje como técnico mantém a característica de ser ofensivo.

    Líder e segundo colocado do Brasileiro se enfrentam neste domingo (25), às 16h, em Porto Alegre. O Corinthians de Carille (23 pontos) visita o Grêmio de Renato (22).

    Para consumo externo, os dois são opostos. Carille é discreto, toma o máximo cuidado para não dizer nada de explosivo para a imprensa. Quase morde as palavras antes que estas saiam pela sua boca. Renato Gaúcho, espalhafatoso, declaradamente mulherengo e folclórico, passa a imagem do "eu ganhei". Quando o Fluminense teve um dos maiores resultados de sua história, em 2008, e eliminou o Boca Juniors (ARG), na semifinal da Libertadores, o treinador caminhou sozinho até o meio-campo do Maracanã e ficou sentado por longo tempo no gramado, olhar distante, até ter a certeza de que a cena foi registrada pelas câmeras.

    Dentro dos clubes que trabalham, eles não são tão diferentes assim.

    "O Renato é sim uma pessoa interessada. Ele acompanha jogos pela televisão e tem preocupação em saber do time adversário. Ele busca essas informações com o nosso setor de análise de desempenho. Ele valoriza o plano tático. O time do Grêmio é bem armado, bem montado", afirma Valdir Espinosa, 69, coordenador técnico da equipe gaúcha e treinador que comandou o então rebelde camisa 7 ao título do Mundial de Clubes de 1983.

    "Carille sabe tudo o que acontece em campo. Tem uma percepção enorme sobre o que a equipe pode produzir. Quando o Corinthians entra em campo, tem consciência do que deve fazer", afirma o atacante Jô, contratado sob desconfiança e que virou titular incontestável.

    Se transformação de Renato em treinador foi surpreendente para alguns, a de Carille já era esperada. Jogador de carreira discreta no interior, parou de jogar no Grêmio Barueri em 2007.

    "Desde cedo você podia perceber que o Fabio seria treinador. Ele estudava tudo, sabia tudo. Estava sempre à frente", declara Estevam Soares, 61, que promoveu o técnico a assistente em Barueri.

    Amante do Rio, do futevôlei e orgulhoso da fama de namorador, Renato continua agressivo. Causou polêmica ao afirmar que não aprenderia na Europa mais do que já sabe. Para ele, o fato de ter sido jogador lhe dá vantagem. Passou a impressão de que pensa que, por causa disso, não precisa se aprofundar em questões táticas. Quem convive com ele diz que a imagem não corresponde à realidade.

    "O Renato estuda. Ele procura sempre se informar sobre o time adversário e conversa com os três profissionais de análise de desempenho que o clube possui, com os profissionais da comissão técnica. É um treinador que tem o controle do vestiário. Essa é a maior característica dele. Se ele perder o domínio do vestiário, tenta recuperar. Se não conseguir, pede para sair", analisa Antonio Carlos Verardi, 83, superintendente de futebol do Grêmio, que é considerado o "pai" de Renato no time gaúcho. O técnico o chama de "Seu" Verardi.

    O mesmo controle que Carille adquiriu em pouco tempo, também graças aos resultados que fizeram o Corinthians liderar o Brasileiro sem derrotas até agora.

    Os dois têm uma diferença tecnológica. A menos de 48 horas do jogo, Carille mandava mensagens de gozação em grupos de WhatsApp dos amigos. Nada de conversa sobre futebol. Apenas descontração. Renato não usa o aplicativo em hipótese alguma. Os analistas de desempenho o usam para mandar vídeos aos jogadores. Para o treinador, o material tem de ser impresso ou colocado em um pen drive para que ele possa assistir no computador.

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