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    Após confusão e morte, Promotoria vai pedir interdição de São Januário

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    09/07/2017 14h15

    Gilvan de Souza/Flamengo/Divulgação/Agência
    Jogadores do Flamengo aguardam no gramado após vascaínos tentarem invadir o campo
    Jogadores do Flamengo aguardam no gramado após vascaínos tentarem invadir o campo

    O promotor Rodrigo Terra vai pedir na segunda (10) a interdição de São Januário.

    No sábado (8), um torcedor do Vasco morreu e outros três foram feridos por causa do quebra-quebra no estádio após o final do clássico contra o Flamengo.

    Torcedores tentaram invadir o gramado e lançaram rojões nos jogadores adversários, que foram obrigados a esperar cerca de 20 minutos no meio do campo antes de entrar no vestiário.

    Jogo Vasco x Flamengo

    Terra disse que o pedido de interdição vai se basear na recusa dos dirigentes do Vasco de apresentarem um "plano de ação para os jogos" requisitado pelo Ministério Público desde o início do ano.

    Em fevereiro, o promotor obteve na Justiça uma liminar que obrigava a adoção de torcida única nos clássicos cariocas.

    Na ocasião, um torcedor do Botafogo foi morto por tiros e um golpe de espeto de churrasco por um flamenguista nos arredores do Engenhão pouco antes da partida dos dois clubes, pelo Estadual.

    A medida foi derrubada dias depois na Justiça e não foi colocada em prática no Rio.

    STJD

    O procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Felipe Bevilacqua, vai também apresentar nesta segunda (10) o pedido de interdição do estádio de São Januário.

    O clube carioca corre o risco de perder o mando de campo por até 10 jogos no tapetão, caso a denúncia seja aceita.

    Na quinta (13), o Vasco poderá perder o mando de campo em outro caso pelo STJD. O clube será julgado pela briga dos seus torcedores na partida contra o Corinthians, em São Januário. Na primeira instância, o Vasco foi absolvido no mês passado.

    POLÍCIA

    Parentes do torcedor Davi Rocha Lopes, 27, disseram que o jovem não fazia parte da organizada do Vasco. Ele, que era ajudante de eletricista, estava de folga e decidiu ir ao estádio, algo que ele não fazia há algum tempo, segundo a prima Fabiana Santos Anjos, 32.

    De acordo com a prima de Lopes, amigos do torcedor que estavam junto ao homem no momento do disparo disseram que o tiro partiu da PM.

    Ele foi atingido no tórax e chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu antes de receber atendimento.

    O torcedor será enterrado na segunda-feira (10) no cemitério de Santa Cruz, bairro onde o torcedor morava, na zona oeste.

    A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar o caso.

    Segundo as investigações, "ainda será necessário saber de onde partiram os disparos". Testemunhas e vítimas sobreviventes ainda serão ouvidos. A polícia busca, ainda, imagens de câmeras no entorno do estádio.

    A Polícia Militar, por sua vez, também não informou se partiu de um policial o tiro que atingiu Lopes. Segundo a PM, a confusão ocorreu entre organizadas do Vasco, ao final da partida.

    "Na parte externa nossos policias foram atacados com o lançamento de garrafas e pedras por torcedores do Vasco", informa a corporação em nota.

    "Em relação ao tumulto generalizado iniciado na rua do Bonfim, que acarretou na morte de um torcedor e o ferimento de mais três, a corporação aguarda perícia e apuração por parte da Polícia Civil".

    Um procedimento foi instaurado, segundo a PM, para apurar o fato.

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