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    Campeonato Brasileiro 2017 - Série A

    São Paulo põe à prova experiência de Dorival em situações de risco

    GIANCARLO GIAMPIETRO
    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    13/07/2017 02h00

    Divulgação/Rubens Chiri /saopaulofc.net
    Dorival Júnior chega ao Tricolor e é apresentadoTreinador concedeu coletiva de imprensa nesta segunda (10) e falou sobre a missão de dirigir a equipe

    O São Paulo pode não estar muito acostumado a lidar com a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Essa situação, porém, não é uma novidade para o técnico Dorival Júnior, que vai dirigir o time pela primeira vez nesta quinta-feira (13), contra o Atlético-GO, no Morumbi.

    "Precisamos fazer um campeonato de recuperação. Nesse tipo de situação, já vi a recuperação acontecer, como também já vi se agravar", afirmou o técnico.

    Consultando companheiros de trabalho de Dorival nestas empreitadas passadas, a Folha detectou alguns pontos em comum: dedicado, que respeita a hierarquia e, mesmo discreto, ajuda a desanuviar o ambiente com franqueza e lealdade, a despeito da pressão.

    Chama a atenção o fato de o técnico ter aceitado enfrentar situações mais periclitantes que a que o São Paulo vive hoje.

    Seu saldo nesse tipo de luta ingrata é positivo, ainda que irregular. Pelo Atlético-MG em 2010 e pelo Santos em 2015, conseguiu ótimas arrancadas para livrar as equipes. Missão cumprida.

    Pelo Fluminense em 2013 e pelo Palmeiras em 2014, ainda que tenha atingido seu objetivo, a trilha foi sinuosa.

    Ainda em 2013, ele não conseguiu tirar o Vasco da zona de rebaixamento, sendo demitido após 24 rodadas no cargo. No fim, a equipe caiu.

    Seu Fluminense terminou o campeonato em 17º, o que resultaria em descenso. Escapou depois da famigerada punição à Portuguesa pela escalação irregular do meia Héverton.

    Sem o técnico, porém, nem mesmo a perda dos quatro pontos por parte da Portuguesa teria livrado o clube carioca. Seu aproveitamento foi de 66,6%. Nas 33 rodadas anteriores, o time havia registrado 36,4% –nesse ritmo, não teria escapado da degola.

    "O presidente [Peter Simensen] havia pedido nove pontos em cinco jogos. Entreguei dez", disse Dorival.

    Nas Laranjeiras, avalia-se que o técnico teve influência apaziguadora sobre os jogadores. Só lhe restavam cinco rodadas para influenciar o time.

    Além disso, mesmo com elenco esfacelado, sem quatro de suas referências –Fred, Deco e os laterais Bruno e Carlinhos, velhos conhecidos dos são-paulinos–, ainda encontrou rapidamente um padrão tático.

    Segundo a Folha apurou, quando a diretoria o contratou, dava o rebaixamento como quase certo e já via nele uma figura ideal para a reforma do time na Série B de 2014. A queda não aconteceu.

    Mas uma disputa com a parceira Unimed e toda a polêmica devido ao tapetão o derrubaram quando seu curto contrato acabou.

    Ciente de que o time viraria inimigo público no futebol brasileiro, a empresa condicionou um maior investimento na equipe à escolha de um novo treinador. Renato Gaúcho foi seu substituto.

    No Palmeiras, o diagnóstico é semelhante ao do Fluminense. Que o técnico fez o que pôde com um elenco sem coesão e enfraquecido por diversos desfalques.

    A aposta em jogadores da base palmeirense, algo raro no clube, foi vista como um ponto positivo. Essa é justamente uma de suas características que agradam à diretoria do Morumbi.

    Na última rodada, ainda assim, Dorival precisou que o Santos batesse o Vitória para livrar o clube de um retorno à Série B.

    Com o Vasco de 2013, o bom relacionamento com diretoria –construído em após o título da Série B em 2009–, e o diálogo com os jogadores não deu resultado em campo.

    Desiludido, entregou o cargo após a 21ª rodada, mas foi convencido a ficar, segundo apuração da Folha. Foi demitido dez jogos depois. No fim, o time caiu.

    Salários atrasados em São Januário, venda de atletas e falta de um goleiro confiável minaram o trabalho.

    Com tanta experiência nesse tipo de luta, iniciar sua trajetória pelo São Paulo com 25 rodadas por jogar, ainda que no penúltimo lugar, talvez não soe tão intimidante.

    "Sei que é um campeonato um pouco diferente, que fatalmente vai exigir muito mais de cada um. Precisa haver uma divisão de responsabilidades", disse Dorival.

    Por ora, a única certeza que tem no momento é que, independentemente dos resultados desta 13ª rodada, do 19º lugar o São Paulo não passa, por ter quatro pontos a mais que o lanterna Atlético-GO.

    Editoria de Arte/Folhapress
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