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    Rivais, argentina e brasileira brigam pela artilheira do Brasileiro feminino

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    13/07/2017 02h00

    Dificuldades na infância e incentivo da família para não desistir da carreira. A argentina Florencia Soledad Jaimes, a Sole Jaimes, do Santos, e a brasileira Byanca Brasil, do Corinthians/Audax, podem ser rivais em campo, mas na vida elas têm muito mais semelhanças do que diferenças. Finalistas do Campeonato Brasileiro feminino, elas possuem inúmeras tatuagens espalhadas pelo corpo e também o faro de artilheiras.

    Aos 28 anos, Sole fez 16 gols em 17 partidas. Já Byanca Brasil, 21, marcou 15 vezes em 16 jogos. Elas estarão frente a frente nesta quinta-feira (13), às 18h30, na Vila Belmiro, quando será realizado o primeiro jogo da decisão. A segunda partida da final será no dia 19, às 16h30, na Arena Barueri.

    A argentina sempre teve o apoio da família para virar jogadora.

    "Sofri muito para chegar onde estou, porque minha família é muito humilde. Tive somente o suficiente para comer. Não foram poucas as vezes que pensei em largar tudo, mas a minha família não deixou. Eles me apoiam muito, não me deixam cair", disse a atacante de 1,80, que em seu país vestiu as camisas do Boca Juniors e do River Plate.

    Um dos seus incentivadores era o irmão Diego, ciclista que morreu em 2012 após uma pneumonia. Ela possui uma tatuagem de uma tartaruga sobre uma bicicleta, uma homenagem a Diego, com a seguinte frase: "Como eu gostaria de poder voltar o tempo, te dar um abraço e não soltar mais".

    "Fico pensando onde ele estaria em sua carreira no ciclismo hoje, e acredito que estaria orgulhoso de me ver onde estou. Ele é uma presença constante", contou a atleta, que possui mais três irmãos: dois boxeadores e uma dançarina.

    Sole está no Brasil desde 2015. Neste período, atuou pelo Foz Cataratas e São Paulo até chegar ao Santos no ano passado.

    "Vivo um momento muito especial na minha carreira. Sou uma pessoa que me cobro muito, treino muito para melhorar a minha performance. Quero conquistar esse título para retribuir o que o Santos me ajuda. Seria minha primeira grande conquista no Brasil", completou.

    APOIO DO PAI

    O maior incentivador de Byanca é o seu pai, Átila Araújo. Natural do Rio de Janeiro, ele acompanhava a filha em treinos de atletismo, esporte que gostava e praticou sem sucesso.

    Byanca, porém, afirmou ao pai após um treino que praticava a modalidade por conta dele, mas que queria ser jogadora de futebol. Átila abandonou a profissão de cozinheiro e passou a fazer bicos de pedreiro e encanador para acompanhar a filha nas escolinhas.

    "Meu pai me ajudou muito no futebol. Sou muito grata por tudo o que ele fez. Ele não sabia nada de futebol, mas começou a observar para poder me ajudar, além de me acompanhar nos treinos", contou a atacante corintiana.

    Assim como a rival Sole, Byanca possui diversas tatuagens pelo corpo e duas são para homenagear a família: rosto dos três irmãos e uma com o seu pai olhando para o horizonte com a frase: melhor do que mostrar o caminho é caminhar junto.

    "Meu pai fez tudo por mim e está na hora de retribuir conquistando esse título. É o melhor momento que estou vivendo. Quero conquistar esse título e almejo uma vaga na seleção brasileira. Estou trabalhando para isso", disse a atacante, que atuou nas escolinhas do Vasco, no Foz Cataratas, Centro Olímpico e no Kidermann.

    No time de Santa Catarina, Byanca já mostrava o seu faro de gol. Aos 19 anos, foi a artilheira da Copa do Brasil-2015 da modalidade com nove gols.

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