Em sua primeira partida sob a orientação de Dorival Júnior, o São Paulo voltou a ser inconstante e empatou com o Atlético-GO por 2 a 2, nesta quinta (13), no Morumbi, pela 13ª rodada.

Para fins práticos, ainda que chegue ao oitavo jogo sem vitória, ao menos o ponto somado fez o time da casa subir para o 17º lugar, ultrapassando Vitória e Avaí. A equipe manteve também quatro pontos de vantagem para o lanterna de Goiânia. Mas segue na zona de rebaixamento.

Os 31.333 torcedores que foram ao Morumbi incentivar o time certamente esperavam outro resultado, porém, depois de o time ficar duas vezes à frente no placar.

Depois de apenas três dias de treino, Dorival não conseguiu mexer muito nas engrenagens do time, que novamente tomou gols em decorrência de falhas individuais.

O Atlético-GO de Doriva marcou bem, fechado, dando poucos espaços. Da forma como o técnico fez em seus trabalhos de melhor resultado, como pelo Ituano campeão paulista em 2014. Ainda assim, o time goiano tem a quarta pior defesa da competição. Não é exatamente uma fortaleza.

Com exceção do forte ritmo são-paulino nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, que resultou em gol de Pratto aos 13 min, e de um desesperado abafa nos minutos finais da partida, o time da casa não produziu muitas situações de perigo para o goleiro Felipe.

Um detalhe no primeiro gol são-paulino é que a arbitragem primeiro deixou de validar do atacante, sem ver que o goleiro Felipe havia interceptado a bola já atrás da linha. Por via das dúvidas, no rebote, o meio-campista Petros apareceu para anotar. Já depois da partida que a marcação foi corrigida.

Gol de Pratto pelo São Paulo ignorado por arbitragem

Vindo do banco, numa rara finalização de fora da área, o meia-atacante Marcinho fez o segundo, aos 39 min.

Nas duas vezes, porém, em que esteve à frente do placar, o São Paulo prontamente cedeu o empate aos visitantes, aos 20 e 41 min.

De volta ao time titular, numa das principais mudanças do técnico, o peruano Cueva tentou sair jogando na entrada da área, após um escanteio, e errou seu passe. Niltinho aproveitou o deslize e bateu com categoria, no canto esquerdo, fazendo 1 a 1.

O segundo empate veio de calcanhar, com Everaldo aproveitando sobra na grande área. A zaga do São Paulo não conseguiu afastar a bola.

JOGO DE PACIÊNCIA

O Atlético-GO não se incomodava em dar a bola aos donos da casa. O São Paulo teve posse de até 78% no primeiro tempo. Mas não conseguia produzir lances perigosos.

Apagado em sua estreia contra o Santos, domingo (9), o argentino Jonathan Gómez era o mais ativo do ataque são-paulino, se deslocando em busca da bola, trocando passes rapidamente. No segundo tempo, porém, foi substituído.

Ao seu lado, porém Cueva e Wellington Nem eram pouco efetivos. Os dois foram justamente as principais mudanças promovidas por Dorival no time titular.

O técnico apostava na formação de um trio de meias baixos e habilidosos para apoiar Lucas Pratto à frente. Saíram Marcinho e Denílson, mais atléticos e físicos. A troca não rendeu em termos de criatividade.

No início do segundo tempo, esse padrão mudou. O São Paulo consegui completar infiltrações e passou a invadir a área com a bola, com passes agudos e triangulações, com apoio de seu laterais.

Durou pouco, porém, numa inconstância que foi marcante nas últimas partidas sob o comando de Rogério Ceni.

Calmo e observador durante boa parte do jogo, Dorival foi recebido pelo bom público no Morumbi com aplausos. Nos minutos finais, procurava orientar insistentemente sua defesa e, ainda assim, viu o segundo gol acontecer.

A torcida dá sinais de que vai ter paciência com seu novo comandante, mesmo que ele substitua um ídolo como Ceni.

À medida que as rodadas se acumulam sem vitória, porém, só aumenta a pressão sobre o time em campo, com vaias ao final da partida.