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    Ana Marcela reata parceria de sucesso e nada Mundial de olho em Tóquio-20

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    15/07/2017 02h00

    Ana Marcela Cunha, 25, já foi eleita três vezes a melhor maratonista aquática do mundo, mas encara o Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste, na Hungria, como se fosse uma novata.

    A nadadora baiana planeja reinserir-se na elite mundial após frustrar-se com um décimo lugar nos Jogos do Rio, em agosto, passar por cirurgia para retirar o baço em outubro e ver sua continuidade no esporte em xeque.

    Seu primeiro teste no campeonato será às 5h (de Brasília, com SporTV 3) deste domingo (16), com a disputa dos 10 km, distância faz parte do programa dos Jogos Olímpicos.

    Ela e Viviane Jungblut, 21, serão as representantes brasileiras entre as 63 inscritas.

    Para voltar à melhor fase, Ana Marcela refez o laço com o técnico Fernando Possenti, com quem trabalhou entre 2013 e 2015 –ela vinha sendo treinada por Márcio Latuf.

    A parceria rendeu cinco medalhas à atleta nos Mundiais de Barcelona-2013 e Kazan-2015 (um ouro, duas pratas e dois bronzes) e fez Possenti receber o prêmio de melhor treinador do mundo nas temporadas de 2014 e 2015.

    "Estamos bem no início de um projeto visando à Olimpíada de 2020 [em Tóquio], mas já me sinto pronta para lutar em igualdade com minhas rivais e brigar por medalhas", afirmou Ana Marcela.

    Ela também disputará os 5 km e os 25 km em Budapeste.

    No Mundial de Kazan, em 2015, ela foi ao pódio nas três provas. "Minha expectativa é de poder nadar de forma muito competitiva", disse ela.

    A maratonista e o técnico retomaram as atividades em conjunto em maio. A expectativa aumentou depois que a baiana terminou a etapa de Setúbal (Portugal) da Copa do Mundo, no dia 24 de junho, na sexta posição.

    Parece pouco, mas foram apenas dois segundos atrás da italiana Rachele Bruni, vice-campeã olímpica.

    No cálculo de Ana Marcela e Possenti, foi um indicativo precioso de que alcançar a elite é algo factível, principalmente se levado em conta o histórico recente dela.

    Antes da Rio-2016, a nadadora descobriu ser portadora de doença autoimune que destruía suas plaquetas. Para não afetá-la na Olimpíada, decidiu-se que só seria feita intervenção após o evento.

    Os planos se frustraram porque Ana Marcela, que era apontada como favorita ao ouro no Rio, terminou longe do pódio, em décimo lugar, prejudicada por perder uma reposição alimentar durante a prova –a outra brasileira na contenda, Poliana Okimoto, terminou com bronze.

    Sem a medalha, ela passou por cirurgia para retirar o baço em outubro. A extração do órgão a afastou das atividades por quase dois meses, só que solucionou a deficiência na produção de plaquetas.

    Nos nove meses que se passaram desde então, Ana Marcela sofreu para voltar a treinar e penou para embalar até conquistar, em maio, a vaga para o Mundial da Hungria.

    "Estou voltando à minha melhor forma muito rapidamente. A sensação é a melhor possível", afirmou a atleta.

    Tudo isso faz parte, segundo Ana Marcela, do intento maior que é obter uma medalha olímpica em Tóquio-2020, a única láurea que lhe falta.

    "O Mundial marca o início do projeto pela Olimpíada de 2020. Quero os melhores resultados possíveis desde já."

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