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    Europa lucra mais com TV, mas não renega torcedor real

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    18/07/2017 02h00

    Ian Kington/AFP
    Arsenal fans wave flags during the English FA Cup final football match between Arsenal and Chelsea at Wembley stadium in London on May 27, 2017. / AFP PHOTO / Ian KINGTON / NOT FOR MARKETING OR ADVERTISING USE / RESTRICTED TO EDITORIAL USE
    Torcida do Arsenal durante a final da FA Cup contra o Chelsea, em maio

    As maiores ligas de futebol da Europa nunca faturaram tanto com os contratos assinados com a televisão. Mesmo assim, os times continuam investindo, de forma recorde, no conforto dos seus torcedores reais.

    Pesquisa anual da consultoria Deloitte sobre o bilionário mercado europeu, que movimentou US$ 31,1 bilhões (R$ 98 bilhões) na temporada 2015/16, mostra que o chamado dia do jogo –que inclui gasto de torcedores com ingressos e compras nos estádios– na Inglaterra, na Alemanha e na Espanha rende até 20% do faturamento anual dos clubes da 1ª divisão.

    Um caso de sucesso para as agremiações que investem nos serviços à disposição dos torcedores é o da Premier League, campeonato organizado pela liga de clubes da Inglaterra.

    A média de público do futebol inglês na temporada 2016/17 foi de 35.800 pessoas. O que significa 96% de utilização dos estádios. Marca estável desde 2013/14.

    Na Inglaterra, em média, 17% da renda das equipes sai das bilheterias e do consumo nas lojas e restaurantes em dias de jogos. Um movimento de US$ 1,1 bilhão (R$ 3,5 bilhões).

    O dinheiro da TV representa 53% do faturamento anual dos clubes. As projeções mostram que o novo contrato televisivo, de três anos, subirá o índice para 61%.

    O PESO DO TORCEDOR REAL - Origem do faturamento nos clubes europeus*

    Um exemplo bem sucedido de investimento em arena, segundo a pesquisa, é o do West Ham, time londrino que passou a utilizar na última temporada o estádio Olímpico da cidade, construído para os Jogos de 2012.

    A mudança para a nova casa foi criticada por torcedores do West Ham. Isso porque o local é considerado um campo frio devido à distância da torcida para o gramado, por causa da pista de atletismo. O time ficou em 11º no Inglês, mas, apesar do desempenho medíocre, o seu público médio cresceu 60% em um ano.

    Na temporada 2015/16, os times da elite da Inglaterra investiram US$ 408,7 milhões (R$ 1,3 bilhão) em estádios e serviços. O valor recorde é 3% superior ao do ano anterior.

    Nas outras duas principais ligas europeias em termos de faturamento, os estádios também estão cheios.

    Na Alemanha, o dia do jogo representa 19% do faturamento anual dos clubes. Na Espanha, 20%.

    A média de público nas arquibancadas alemãs é de 42.420 pessoas (90% de utilização dos estádios). Na Espanha são 27.626 por jogo. Ou 76% de ocupação.

    BRASIL X MUNDO

    A importância dos contratos de televisão para o clubes brasileiros, que é em média de 51%, segundo os dados de 2016, está no mesmo nível da Inglaterra e da Espanha.

    Só na Alemanha, com um índice de 34%, a dependência em relação ao que é obtido com venda de direito de transmissão é menor.

    Segundo o analista esportivo Amir Somoggi, a bilheteria em 2016 teve um peso médio de 7% para os clubes brasileiros. Índice muito inferior ao que é registrado na elite do futebol europeu.

    Palmeiras (15%), Cruzeiro (13%) e Coritiba (10%) são os times da Série A que mais arrecadaram em 2016, proporcionalmente, com ingressos.

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