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    Brasil aposta na experiência para conquistar medalhas na natação

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    22/07/2017 02h00

    Em 2016, a natação brasileira não foi ao pódio pela primeira vez em 12 anos em uma edição dos Jogos Olímpicos.

    Para que tamanha decepção não se repita no Mundial de Budapeste, cujas provas em piscina começam às 4h30 (de Brasília) deste domingo (23), a delegação nacional se calca sobretudo na potencial participação de "veteranos" em provas não olímpicas.

    Dos 16 convocados para o campeonato, somente um, o fundista Guilherme Costa, 18, que disputará os 1.500 m livre, é novato na seleção. Mais jovem do grupo, ele nada em seu primeiro Mundial.

    Os demais já tiveram pelo menos uma experiência internacional com a equipe. É o caso do segundo mais jovem, o velocista Gabriel Santos, 21, que foi à Rio-2016.

    Como resultado, a média de idade do esquadrão é alta: 27 anos. Nos Jogos do Rio, ela foi um pouco menor: 25,5.

    Como comparação, os Estados Unidos, que ganharam 33 medalhas no Rio, já aparecem neste Mundial com um time renovado e com média de idade bem inferior: 21,7.

    Mas o fato de ter uma seleção envelhecida não é exatamente um problema para o Brasil. Até porque as melhores chances de medalha vêm dos mais experientes.

    Ao menos no papel, quem entra no Mundial em melhor posição é Nicholas Santos, 37, o mais velho da delegação.

    Atual vice-campeão mundial dos 50 m borboleta, ele tem a melhor marca do ano na prova, com 22s61.

    A eliminatória e semifinais da distância ocorrem neste domingo (23), e a final na segunda-feira (24). Outro brasileiro, Henrique Martins, 25, detém a segunda marca do mundo no ano (22s70).

    "Eu tenho treinado bem e estou confiante. Pretendo fazer meu melhor tempo e, quem sabe, o melhor tempo do mundo", afirmou Santos.

    Ele pensou em parar em 2016 por ter perdido apoio financeiro importante. Porém, com os bons tempos, quer estender a carreira até 2020.

    "Os que estão em Budapeste são nomes que ainda estão no topo. Acredito que mais incentivo na modalidade no país seria um caminho para termos mais renovação."

    A convocação de Nicholas Santos para Budapeste causou polêmica. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) informou, no ano passado, que levaria apenas nadadores com os oito melhores índices técnicos em provas que fazem parte do programa olímpico, obtidos em duas etapas seletivas.

    A entidade resolveu elevar o número de convocados para 16, abriu exceção e chamou Santos, o único convocado especificamente para competir em prova não olímpica –os 50 m borboleta não estão no programa dos Jogos.

    Ao mesmo tempo que considera necessário lançar novos talentos, a CBDA precisa de medalhas para seduzir potenciais patrocinadores já que encarou corte de 76% no novo contrato com seu principal apoiador, os Correios.

    "Pensar nos Jogos de Tóquio é importante, mas a verdade é que a natação brasileira precisa de medalhas agora", disse Cesar Cielo, 30, que volta à seleção após não se classificar para a Rio-2016.

    Santos disse não ter "culpa" de ter sido relacionado.

    Outros nomes bem posicionados para tentar medalha superam a casa dos 30 anos.

    João Gomes Júnior, 31, obteve nos Jogos do Rio o melhor desempenho individual (quinto nos 100 m peito).

    Na Hungria, ele entra com o décimo registro da temporada na prova, mas com mais chance de pódio nos 50 m peito, em que fez o segundo melhor tempo do mundo (26s83).

    Das três nadadoras convocadas para o Mundial, só Etiene Medeiros, 26, surge com chance de pódio. Ela defende o vice-campeonato mundial dos 50 m costas.

    NA TV
    Mundial de natação
    4h30 (de domingo) SporTV

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