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    Com maior invencibilidade da história, Corinthians de 57 não foi campeão

    EDUARDO GERARQUE
    DE SÃO PAULO

    30/07/2017 02h00

    Revista oficial do Corinthians
    (arquivo Corinthians 1957) Equipe base do Corinthians que conseguiu a serie historica de 37 jogos sem perder em 1957, mas acabou perdendo o titulo Paulista daquele ano para o Sao Paulo Foto: Revista oficial do Corinthians ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Equipe corintiana de 1957 ficou 37 jogos sem perder

    Faltava um minuto para acabar o clássico entre Corinthians e Santos, que ganhava por 3 a 2, na tarde do dia 3 de novembro de 1957.

    A invencibilidade do time alvinegro da capital, dirigido por Oswaldo Brandão, estava indo para o espaço -onde, literalmente, a nave Sputnik 2 com a cadela Laika vagava, segundo jornais do dia.

    Eram 28 jogos sem perder, entre amistosos e partidas pelo Paulista. A derrota não renderia a Taça dos Invictos, tão cobiçada na época, em definitivo para o Parque São Jorge.

    A bola rondava o gol de entrada do estádio do Pacaembu, que ainda tinha a concha acústica do outro lado do campo, no lugar onde hoje fica o tobogã.

    O atacante Paulo, do Corinthians, que atuou improvisado na lateral, disparou de longe, segundo os relatos.

    A bola passou por todos e entrou, mansamente, no gol de Laércio. As quase 20 mil pessoas presentes no estádio municipal viram o empate em 3 a 3 e um jogo histórico.

    O resultado fez com que o jornal "A Gazeta Esportiva" desse o troféu aos dirigentes do Corinthians, que desfilaram com a peça pela cidade.

    Se o Corinthians ainda era o grande time do início da década -e vários jogadores tinham conquistado o Troféu do IV Centenário em 1954 -, o Santos, com o menino Pelé, engrenava para as grandes conquistas dos anos 1960.

    A equipe de Brandão fecharia a série invicta em 37 jogos, seis a mais do que a da equipe de Carille, há 31 partidas sem perder.

    O elenco de 60 anos atrás tinha nomes históricos. Gilmar no gol, Olavo e Idário na defesa, Cláudio, o maior goleador do time com 306 gols, e Luizinho (chamado de Pequeno Polegar por causa da baixa estatura) na frente.

    A série começou em 13 de julho, com o Ypiranga, no Paulista, na vitória por 3 a 1. O último jogo sem perder foi em 8 de dezembro, no 1 a 0 sobre a Portuguesa.

    A maior equipe invicta da história do Corinthians atuou em 10 clássicos. Contra o Santos foram dois. Mais três contra a Portuguesa, dois contra o São Paulo e outros três frente ao Palmeiras.

    A série acabou num amistoso. Derrota para o Londrina, por 5 a 3, em 10 de dezembro.

    O Paulista, disputado em duas fases de pontos corridos, estava perto do fim. O Corinthians tinha ainda de confirmar o seu favoritismo contra o Santos, na Vila, e sobre o São Paulo, na última rodada, outra vez no Pacaembu.

    Foi derrotado pelo Santos, que venceu por 1 a 0. Na última rodada, perdeu o jogo e o título para o São Paulo. Com Zizinho e Canhoteiro, o time tricolor aplicou 3 a 1.

    A história registra a final como a tarde das garrafadas, por causa da fúria da torcida corintiana, que só foi celebrar um título vinte anos depois, em 1977.

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