• Esporte

    Monday, 29-Apr-2024 15:06:24 -03

    Deyverson desbanca Borja e ganha a titularidade no Palmeiras de Cuca

    EDUARDO GERARQUE
    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    06/08/2017 02h00

    Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação
    Deyverson comemora gol da vitória do Palmeiras sobre o Botafogo, pela 18ª rodada do Brasileiro, no Engenhão
    Deyverson comemora gol da vitória do Palmeiras sobre o Botafogo, pela 18ª rodada do Brasileiro, no Engenhão

    Ainda no gramado, após a vitória contra o Botafogo, no Rio, Deyverson, 26, encosta a testa contra a do goleiro Jaílson, com força. Na sequência, ele dá uns tapas de incentivo na cabeça de Borja, que dispara: "Estamos juntos!"

    O clima na roda dos jogadores do Palmeiras no estádio Nilton Santos, na quarta (2), mostra que a briga pela titularidade no ataque do time alviverde está restrita ao que ocorre dentro do campo.

    O atacante contratado pelo Palmeiras para ocupar o lugar no time que deveria ser de Borja, em má fase, fez desaparecer com gols e seu estilo descontraído, mas focado, a desconfiança ligada ao seu nome, já que nunca havia jogado no país.

    Tudo em menos de um mês, o que surpreendeu até o próprio atacante, que chegou à equipe alviverde após o fracasso da negociação com Diego Souza, do Sport. O jogador da equipe pernambucana era o grande objetivo do clube para o resto do ano.

    "Para ser sincero, cheguei muito ansioso, pois nunca tinha jogado a primeira divisão do Brasil. Não sabia que ia dar tão certo. Agradeço por este começo ao grupo que me apoiou, torcedores, funcionários e familiares", disse Deyverson, que em três jogos realizados marcou dois gols.

    "Muita gente falou que dei um passo atrás, mas sei que dei dez à frente. Palmeiras é um clube quase europeu, atrás de Real Madrid e Barcelona apenas. Estou aqui hoje e não voltaria atrás nunca."
    desconhecido

    Ao chegar da Espanha, o atacante recebeu gozações nas redes sociais. Mas, com o desempenho abaixo da expectativa de Borja, virou uma opção real do técnico Cuca.

    Ele deve ser o titular no ataque do time que disputará o jogo mais importante do ano para o Palmeiras até o momento na quarta (9), pelas oitavas de final da Libertadores. A equipe tem que reverter a derrota no Equador por 1 a 0 para o Barcelona de Guayaquil para avançar às quartas de final do torneio.

    Neste domingo (4), contra o Atlético-PR em São Paulo, às 16h, pelo Brasileiro, Cuca escalará o time reserva. Borja deve estar em campo.

    O hoje camisa 9 virou a terceira opção do setor ofensivo –está atrás ainda de Willian, que está machucado.

    "Muita gente critica o Borja, mas ele é um grande jogador. O Palmeiras não se resume ao Deyverson e ao Borja", diz o mais recente reforço.

    O valor investido pela Crefisa no atacante colombiano é muito maior do que o dinheiro gasto com Deyverson.

    A patrocinadora do time pagou R$ 19 milhões para tirar o carioca do Levante. Para contar com Borja, foram desembolsados R$ 33 milhões ao Atlético Nacional.

    O atacante não esconde a apreensão com a partida de quarta-feira. "Estamos ansiosos, com o frio na barriga. Sabemos que a torcida também está ansiosa para conseguirmos a classificação".

    A adaptação rápida não é novidade para o atacante.

    Em 2012, após disputar a Terceira Divisão do Estadual do Rio pelo Grêmio Mangaratibense –clube hoje inativo–, ele foi para o Benfica, onde foi integrado ao time B.

    Depois, jogou por Belenenses, Colônia, Levante e Alavés. Nesse último, foi vice da Copa do Rei neste ano.

    "Eu saí muito jovem [21 anos] para a Europa. No Brasil, joguei apenas nas categorias de base. Fiz muitos testes aqui, mas não tive oportunidade. Por isso, retornar ao Brasil e jogar em um time da grandeza do Palmeiras e ao lado de grandes jogadores, como Zé Roberto, o Prass, é a realização de um sonho."

    Deyverson, inclusive, tem apreço pela palavra sonho.

    "Meu pai deixava de dar comida lá em casa para eu treinar. Tenho muito orgulho do meu passado. Não estaria aqui se não tivesse vendido salgado na barraquinha. Dinheiro e fama não são tudo."

    O fã do cantor Belo tem ainda uma característica nada peculiar nos treinos e jogos.

    "Quando faço falta em algum companheiro, dou abraço, dou beijo. Muitos falam que gosto de beijar, que sou beijoqueiro, mas gosto de transmitir esse carinho Sou brincalhão, mas quando é para ser sério eu sou."

    RESERVAS

    Nas palavras do técnico Cuca, que desaprova o uso do termo "time reserva", o Palmeiras joga neste domingo (4) com um time formado por jogadores que não estão tendo muitas oportunidades.

    Nomes como Prass, Tchê Tchê, Michel Bastos e Borja terão na partida contra o Atlético-PR, às 16h, no Allianz Parque, a chance de impressionar o treinador palmeirense.

    Os titulares viajam para Atibaia, onde o elenco ficará até o jogo de quarta (9) pela Libertadores.

    O zagueiro Luan avalia que ganhar os três pontos será fundamental para as pretensões do Palmeiras. Oficialmente, ninguém afirma que o clube desistiu do título do Campeonato Brasileiro.

    "No ano passado, quando ganhamos o campeonato, viramos o turno com 36 pontos. Uma vitória vai nos deixar com 35", afirmou o jogador.

    Discurso que está afinado com o próprio Cuca e com o atacante Deyverson. "Vamos continuar trabalhando e pensando jogo a jogo. Temos que focar no nosso trabalho e deixar o Corinthians fazer o trabalho dele", disse o atacante à Folha.

    Nem ele, nem Luan jogam neste domingo, apesar de terem afirmado que gostariam de atuar.

    Cuca prefere dizer que está usando os reservas porque o jogo contra o Atlético-PR será muito difícil, mesmo sendo em casa. "Eles vêm de uma grande vitória".

    NA TV: Palmeiras x Atlético-PR, 16h, Pay-per-view

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024