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    Natação brasileira adota seletiva única até os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    08/08/2017 02h00

    A partir do próximo ano, a natação brasileira vai alterar o processo de seleção para os principais eventos deste ciclo olímpico, que acaba em 2020.

    Ao contrário do que ocorria até este ano, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) passará a implementar seletiva única para formar equipes para o Pampacífico de Tóquio, em agosto de 2018, o Campeonato Mundial de Gwangju, na Coreia do Sul, em 2019, e a Olimpíada de Tóquio-2020.

    A decisão já foi tomada em conjunto pela direção da entidade e o conselho de alto rendimento que ela nomeou recentemente -composto por técnicos dos principais clubes de natação do país.

    Para os três eventos, o Troféu Maria Lenk servirá como única seletiva para classificação. Segundo o diretor de natação da CBDA, Renato Cordani, as vagas ficarão com os dois melhores colocados na final de cada prova, independentemente do tempo registrado nas eliminatórias.

    O dirigente também disse que é do interesse da confederação realizar todas as edições da competição no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio. Nos próximos meses, ele pretende selar um acordo com o Comitê Olímpico do Brasil, que gere a instalação.

    Com a modificação, a natação brasileira segue modelo feito em países que estão na elite das piscinas, como os Estados Unidos, Austrália, França e Grã-Bretanha, que têm seletivas únicas para os grandes campeonatos.

    "A intenção é que a seletiva única estimule os atletas", afirmou Cordani, que faz parte da nova administração da CBDA, eleita no mês de junho.

    Até esta temporada, a convocação de nadadores para a seleção nacional se baseava no resultado consolidado em pelo menos duas seletivas, e o critério principal para definição das vagas era o tempo.

    Exemplo: os torneios que estabeleceram o time para os Jogos Olímpicos do Rio foram o Torneio Open, em dezembro de 2015, e o Troféu Maria Lenk, em abril de 2016.

    Os dois melhores tempos de cada prova individual obtidos no agregado destas duas competições classificaram-se para a Olimpíada de 2016.

    Não importava se o registro era conseguido na semifinal ou na final.

    O mesmo expediente foi adotado para as convocações das equipes para os Mundiais de Budapeste, neste ano, Kazan-2015, Barcelona-2013, e os Jogos Olímpicos de Londres-2012, e Pequim-2008.

    Como não serão mais seletivas para os principais campeonatos internacionais, o Troféu José Finkel -cuja edição de 2017 começa nesta terça-feira (8), em Santos-, e o Torneio Open serão repaginados pela confederação.

    Esta será a última temporada que o primeiro ocorrerá em piscina longa (50 m), que é a distância adotada em Jogos Olímpicos. Cordani afirmou que, a partir do próximo ano, ele será disputado apenas em piscina curta (25 m).

    Geralmente realizado em agosto ou setembro, em 2018 o José Finkel servirá para definir a equipe para o Mundial em piscina curta de Hangzhou, na China -evento considerado menos relevante no planejamento da CBDA.

    Para o Open, que fecha o calendário da natação nacional, a proposta é torná-lo uma espécie de festival, com premiação por vitória e formatação diferente.

    O problema para viabilizar esse projeto é dinheiro. "Precisamos ir atrás de parceiros comerciais na iniciativa privada para consolidar o que pensamos", disse Cordani.

    BASE NO JAPÃO

    A Ásia será a sede do que haverá de mais importante para a natação mundial nos próximos três anos, com o Pampacífico de Tóquio, em 2018, o Campeonato Mundial de Gwangju, em 2019, e a Olimpíada de 2020, também na capital japonesa.

    Segundo Renato Cordani, novo diretor de natação da CBDA, houve entendimento entre a entidade e o COB (Comitê Olímpico do Brasil) para que a seleção do país da modalidade faça sua preparação nos três anos na cidade japonesa de Sagamihara.

    Ela é uma das seis sedes que o COB fechou para ser base da delegação brasileira para os Jogos de Tóquio, mas já pode ser utilizada a partir do próximo ano.

    "Será importante para os atletas se acostumarem ao fuso horário e também ficarem mais confortáveis", disse o dirigente da CBDA.

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