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    Copa do Brasil

    STJD suspende presidente do Santos por acusar repórter de influenciar juiz

    DO UOL

    09/08/2017 18h42

    O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, foi suspenso nesta quarta-feira (9) pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O dirigente havia sido denunciado pela procuradoria do órgão por ter feito acusações infundadas ao repórter Eric Faria, da TV Globo, referentes a um jogo entre Santos e Flamengo pela Copa do Brasil. O cartola recebeu pena de 120 dias e multa de R$ 100 mil em sessão marcada por clima tenso e decisão dividida.

    Com a suspensão, Modesto, que não esteve no julgamento, não poderá assinar qualquer documento, frequentar vestiário ou áreas reservadas a dirigentes, dar entrevistas ou representar o Santos em eventos oficiais. A sessão foi realizada na terceira comissão disciplinar do STJD –o que admite recurso. O tribunal ainda avalia abrir novo processo para apurar depoimento apresentado pelo clube.

    "Vamos entrar amanhã [quinta-feira] com um pedido de efeito suspensivo e vamos recorrer ao pleno", disse Márcio Andraus, advogado do Santos na sessão do STJD.

    "Já há um procedimento aberto em relação a esse fato e tem tudo para acontecer alguma coisa em relação à saída do advogado de defesa, que afirmou que não houve interferência", respondeu o subprocurador Glauber Navega.

    Eric Faria também não compareceu, alegando compromissos profissionais, mas mandou um e-mail com relato sobre o episódio: "Venho ratificar, novamente, o que aconteceu naquele dia: cumpri todo o protocolo –rígido– da CBF e não mantive nenhum tipo de contato citado com o quarto árbitro".

    Levi Bianco - 26.jul.2017/Brazil Photo Press/Folhapress
    Victor Ferraz do Santos comemora seu gol durante partida contra o Flamengo, jogo válido pelas quartas de final da Copa do Brasil
    Victor Ferraz, do Santos, comemora gol contra o Flamengo em julho na Copa do Brasil

    O Santos reconheceu que não houve interferência externa. No julgamento, o departamento jurídico do clube trabalhou mais para reduzir a pena de Modesto do que para contestar as acusações.

    ENTENDA O CASO

    Modesto havia sido denunciado nos artigos 1, 191 e 258 do CBDJ (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) após polêmica em partida contra o Flamengo válida pela Copa do Brasil no final de julho. Na ocasião, acusou Eric Faria, repórter da TV Globo, de ter incitado a arbitragem a anular a marcação de um pênalti favorável ao Santos.

    Na visão do tribunal, Modesto infringiu a imagem e a credibilidade do torneio ao fazer uma acusação sem provas. O árbitro Leandro Vuaden chegou a anotar a penalidade no lance em questão, mas mudou de ideia posteriormente. Segundo o presidente do Santos, isso teria acontecido por influência direta de Eric Faria, amparado por imagem da TV –a ação de um elemento externo ao campo de jogo é proibida pela Fifa.

    O Santos apresentou um ofício à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e chegou a pedir anulação da partida. Também montou um dossiê com elementos como o depoimento de um torcedor que estava em um camarote atrás da posição de Eric Faria.

    No entanto, como nenhuma das provas apresentadas pelo Santos era indubitável, o STJD acabou denunciando Modesto Roma Júnior, presidente da equipe paulista, por acusação sem provas.

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