Com três jogos a menos do que o seu antecessor no Campeonato Brasileiro, Dorival Júnior conseguiu igualar o número de pontos e conduziu o time para fora da zona de rebaixamento por ora, mas não corrigiu a defesa do São Paulo, problema que vem desde a época de Rogério Ceni.

Apesar de possuir um aproveitamento melhor –46% contra 33,3% do ex-goleiro, que dirigiu o clube em 11 jogos do Nacional–, o novo comandante viu sua defesa sofrer mais gols. Já foram 14, o que corresponde à média de 1,75 por partida. Com Ceni, a média era um por jogo.

As falhas no setor foram apresentadas novamente neste domingo (13), quando o time conseguiu vencer o Cruzeiro, graças a um pênalti questionável, por 3 a 2 no Morumbi pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.

No primeiro gol sofrido, a equipe não conseguiu cortar um cruzamento após cobrança de falta e a bola sobrou para Sassá marcar. O segundo foi originado após falha individual de Rodrigo Caio.

"Quando você não tem um bom posicionamento acaba facilitando para o adversário. Se você não tiver repetição nos trabalhos, não consegue manter um alinhamento em frente ao goleiro e depois em frente à zaga. Está na hora de não tomarmos tantos gols. Não será sempre que teremos a felicidade de fazer um número maior", disse Dorival.

Desde que assumiu o clube, o treinador são-paulino procurou proteger mais o sistema defensivo. Ele trocou o esquema usado pelo seu antecessor (3-4-3), que deixava as linhas de defesa e meio de campo mais espaçadas, para o 4-2-3-1, que é da sua preferência. Diante do Cruzeiro, ele utilizou o 4-1-4-1.

O objetivo contra os mineiros era fazer uma marcação mais agressiva. Por isso, justificou a escolha de Militão no lugar de Jucilei, que havia disputado os 19 jogos anteriores como titular.

DORIVAL X CENI - São Paulo aumenta aproveitamento, mas ainda tem falhas defensivas

A opção, no entanto, durou apenas 45 minutos. Jucilei voltou para o segundo tempo no lugar do titular, que errou muitos passes.

"Militão não conseguiu, talvez, repetir hoje, fora da posição de origem, o que fez nos treinos. Nos 45 minutos iniciais, a equipe não o ajudou. O Jucilei entrou e algumas correções foram alcançadas", analisou o técnico, que admitiu que a equipe não teve uma boa atuação.

DORIVAL X CENI - Gols

DORIVAL X CENI - Aproveitamento, em %

O São Paulo conseguiu a vitória graças aos gols de bola parada. Com uma atuação irregular, Hernanes foi decisivo para o triunfo.

Nos acréscimos do primeiro tempo, marcou um belo gol de falta. Na etapa complementar, cobrou escanteio na cabeça de Arboleda. O terceiro gol foi feito também pelo meio-campista na conversão de um pênalti duvidoso.

"É preciso aprender [a não depender da bola parada]. Fomos felizes, trabalhamos muito no sábado. Precisamos de criação, triangulações e jogadas de penetração. Preciso dar uma proteção maior aos zagueiros. Corrigindo isso, talvez tenhamos mais sucesso", completou o técnico.

Dorival terá agora uma semana para corrigir esses problemas para o jogo contra o Avaí, rival direito na briga contra o rebaixamento, marcado para domingo (20), às 16h, em Santa Catarina.

A vitória colocou o São Paulo na 16ª colocação, com 22 pontos –mesma pontuação da Chapecoense, que teve o jogo contra o Corinthians adiado para o dia 23. A equipe catarinense fica atrás nos critérios de desempate.

RECORDE DE PÚBLICO

Mesmo com a campanha ruim e sem mostrar um bom futebol, a torcida são-paulina continua a cumprir a promessa feita de manter o apoio ao time. Neste domingo, 56.052 pessoas assistiram ao jogo e quebraram o recorde de público da competição.

Antes do duelo contra o Cruzeiro, o São Paulo já tinha os dois maiores públicos do campeonato. Diante do Coritiba, jogo realizado há dez dias, 53.635 pagaram ingressos.

No dia 24 de julho, 51.511 torcedores assistiram ao empate do clube com o Grêmio.