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    Campeonato Brasileiro 2017 - Série A

    Jogadores afastados custam R$ 1,17 milhão ao trio de São Paulo

    ALEX SABINO
    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    15/08/2017 02h00

    Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação
    Felipe Melo durante treino do Palmeiras
    Felipe Melo durante treino do Palmeiras

    Felipe Melo, Cícero, Lucão e Cristian, juntos, custam R$ 1,17 milhão por mês para não jogar. Afastados dos elencos profissionais de Palmeiras, São Paulo e Corinthians, eles continuam com contrato e têm a obrigação de aparecer para treinar. Mas não são relacionados para as partidas.

    O quarteto foi procurado por advogados trabalhistas e receberam oferta de ajuda do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo para acionar as equipes na Justiça. Felipe Melo foi o único até agora a tomar uma atitude. Citou judicialmente o Palmeiras para que seja reintegrado. O volante alega que o afastamento configura assédio moral.

    "O atleta não é contratado para ser titular. Mas a partir do momento em que o empregador o afasta dos demais jogadores e o coloca para treinar em horários diferenciados, isso é discriminação e assédio moral", diz Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo.

    Melo foi afastado no dia 8 de agosto e o Palmeiras tenta encontrar uma solução para o jogador que entrou em conflito com o técnico Cuca, que não conta com o ele. Deverá ser negociado para que o time se livre do salário de R$ 350 mil.

    Jogadores afastados

    É por esse motivo que outros atletas são reticentes em procurar a Justiça. Acreditam que serão negociados. Se isso não acontecer, pelo menos estão empregados e recebem salários.

    Afastado em março deste ano, Cristian tem direito a R$ 420 mil mensais. Desde que deixou de treinar com o elenco profissional por decisão da diretoria, em março deste ano, o volante recebeu R$ 2,1 milhões para não jogar.
    Se ficar até o final do seu contrato, em dezembro, ainda vai embolsar mais R$ 2,1 milhões apenas para treinar, sem ser escalado por Fábio Carille.

    "O afastamento configura assédio moral e isso dá causa de rescisão indireta do contrato. É crime previsto no Código Penal. O clube pode ser condenado a pagar multa compensatória de 400 vezes o salário do atleta", diz Filipe Rino, advogado especializado em direito desportivo.

    Rino liberou Moradei e Ciro Sena do Botafogo-SP no ano passado porque os dois foram afastados do elenco. Na Justiça, a dupla pede indenização de R$ 856 mil.

    Cícero não planeja ação na Justiça por enquanto pelo mesmo motivo de Felipe Melo: espera uma transferência. Ele foi afastado por problemas de relacionamento no São Paulo. O volante foi o segundo jogador do clube a ser colocado nessa situação. Em junho, o zagueiro Lucão recebeu a ordem de treinar em separado. Juntos, os dois recebem R$ 400 mil.

    O goleiro Dênis e o meia Wesley também não estão nos planos, mas treinam com o elenco profissional.

    O Santos não tem nenhum atleta afastado no momento. Isso porque o auxiliar-técnico Elano reintegrou o argentino Vecchio em junho, após a saída de Dorival Júnior. O meia ficou nove meses sem atuar. No período, custou ao clube R$ 720 mil em salários.

    "O afastamento é situação horrível. Por que não chamar o atleta para resolver?", questiona Martorelli.

    OS CLUBES

    Oficialmente, o Palmeiras diz ainda buscar solução para o afastamento de Felipe Melo. O jogador deve voltar a treinar na quarta (16). O clube espera que em uma reunião com André Ribeiro, advogado do volante, seja possível fazer um acordo para rescindir o contrato.

    O São Paulo espera por propostas por Cícero e Lucão. O Corinthians alega não haver ofertas por Cristian.

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