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    Campeonato Brasileiro 2017 - Série A

    Como clássico garante 13 dias de alívio para Palmeiras e tormenta são-paulina

    EDUARDO GERAQUE
    GIANCARLO GIAMPIETRO
    DE SÃO PAULO

    28/08/2017 00h03

    Daniel Vorley/AGIF/Folhapress
    Keno, Willian e Hyoran comemoram o quarto gol do Palmeiras

    Um aliviado Palmeiras terá agora 13 dias de tranquilidade e trabalhar para seguir bem posicionado na briga que virou seu principal objetivo do ano: um retorno à Libertadores em 2018.

    A vitória por 4 a 2 contra o São Paulo neste domingo (27), como tem virado rotina em jogos entre os dois no Allianz Parque, indicou alguns caminhos para o até agora pressionado Cuca.

    O quarteto no meio-campo, formado por Bruno Henrique, Moisés, Tchê Tchê e Guerra, funcionou. Cuca avisou que deverá dar sequência a esse tipo de formação tática para os próximos jogos.

    "Trabalhamos bem a bola. Este campeonato está diferente. Os times estão fazendo as linhas defensivas e você acaba encaixotado. Não dá para apostar muito na velocidade", afirmou o treinador palmeirense.

    Os números do jogo lhe dão razão. O Palmeiras tentou 463 passes durante a partida, acima da média que tem feito no campeonato (419,5).
    E teve 54% de posse de bola contra 46% do São Paulo.

    Com a bola mais trabalhada, o Palmeiras chegou mais à área adversária, o que não vinha ocorrendo em jogos anteriores, principalmente na fatídica partida contra o Barcelona(EQU), também em São Paulo, quando o time foi eliminado da Libertadores.

    "Nós criamos 20 oportunidades. É difícil, em um clássico, criar tanto assim", avaliou o técnico do Palmeiras.

    Outra certeza de Cuca é que Willian, agora artilheiro, deve ser um dos atacantes. O que fará com que Borja, contratado por R$ 33 milhões, fique ainda mais sem espaço no time titular.

    Willian voltou de contusão e fez os dois primeiros gols do clássico. Ele foi mais um palmeirense a acertar uma de longa distância contra o São Paulo, depois de famosas finalizações de Robinho (hoje no Cruzeiro) e Dudu em clássicos passados.

    No segundo tempo, Keno, aos 33 min, e Hyoran, aos 46 min, marcaram os gols da vitória palmeirense em casa.

    Essa foi a segunda virada da equipe na competição. A outra foi em julho, num 4 a 2 sobre o Vitória.

    A empolgação de Cuca foi tanta que, de treinador que se sentia ameaçado durante a semana, ele agora declara que o bicampeonato brasileiro é possível. A diferença entre o líder Corinthians e o Palmeiras, quarto colocado, ainda é de 14 pontos.

    "Todos os times vão ter jogos duros pela frente. Este campeonato está diferente este ano. Tem muita coisa que pode ocorrer", afirmou.

    A falta de consistência tática foi uma das principais críticas que o técnico sofreu até agora. Neste domingo, as soluções que Cuca há tanto procurava podem ter sido encontradas.

    Agora o torcedor palmeirense terá de esperar até 9 de setembro, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte, para ver se esse padrão será mantido.

    TORMENTO SÃO-PAULINO

    Ricardo Nogueira/Folhapress
    Rodrigo Caio lamenta derrota do São Paulo

    Ao sofrer mais uma derrota no Allianz Parque, o São Paulo vai ter mais 13 dias de agonia ao mesmo tempo que tentará reparar seus constantes erros, até enfrentar a Ponte Preta em 9 de setembro, no Morumbi. Até lá, serão já 57 dias, quase dois meses, ocupando um posto na zona de rebaixamento.

    Do ponto de vista psicológico, também não ajuda que o time tenha sofrido mais uma derrota acachapante para o Palmeiras. São agora cinco reveses em cinco jogos desde a inauguração do estádio do adversário alviverde.

    Naturalmente, a provocação dos rivais não se equivale à tormenta de olhar a tabela e ver 16 times à frente.

    Para tentar fugir dessa posição totalmente desconfortável, o técnico Dorival Júnior tentou algo de diferente neste domingo.

    Antes de entrar em campo, seu time era o que mais sustentava posse de bola no campeonato. Jogando no estádio em que só havia perdido, a equipe dessa vez não se incomodou em ceder a iniciativa de jogo ao adversário.

    O Palmeiras terminou a partida com 54% de posse, segundo o Footstats. Nas nove partidas que havia feito sob o comando de Dorival, o São Paulo havia retido mais a bola em sete ocasiões.Quando abriu o placar com o atacante Marcos Guilherme, aos 12 minutos, que recebeu grande passe de Pratto, parecia que a estratégia dava certo. Era o oportunismo para aproveitar o contra-ataque.

    O problema é que, na hora de marcar, o time não se comportou bem. A outra metade do plano, que era se segurar na defesa, também não deu certo.

    "A primeira situação que estamos buscando é a correção do sistema defensivo. Até exaustivamente, para que tenhamos segurança maior", afirmou o treinador Dorival Júnior.

    O técnico acredita que o São Paulo, que tomou 13 gols nos últimos seis jogos, tem mostrado mais consistência na retaguarda, mas que se abala quando o adversário vai à rede.

    "Temos nos abalado, e isso complica bastante", diz.

    Como tem sido praxe no Brasileiro, o time voltou a cometer falhas individuais que custaram mais uma vez a vantagem no placar, como quando o lateral Edimar perdeu o tempo da bola em cruzamento e permitiu o primeiro gol palmeirense, de empate, com Willian.

    Esses deslizes também foram acompanhados por problemas de posicionamento. O mesmo Willian teve liberdade para fazer um golaço e virar o placar. No terceiro gol, após jogada individualista de Marcos Guilherme, que terminou desarmado, a defesa são-paulina foi pega desarmada, até que Keno finalizasse na área para fazer 3 a 2 e encaminhar a vitória nos minutos finais.

    O São Paulo não tem pecado, porém, apenas quando tenta se proteger. O treinador detecta que algumas movimentações ensaiadas com a bola não têm sido executadas até o fim por falta de concentração ou confiança dos atletas em campo.

    "Oportunidades estão sendo desperdiçadas por causa disso", afirmou.

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