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    Com teste a regras, Mundial de judô serve de laboratório para o Brasil

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    28/08/2017 12h00

    Markus Schreiber/Associated Press
    Germany's Miryam Roper, white, competes against Brazil's Rafaela Silva during the women's 57-kg judo competition at the 2016 Summer Olympics in Rio de Janeiro, Brazil, Monday, Aug. 8, 2016. (AP Photo/Markus Schreiber) ORG XMIT: OJUD124
    A judoca Rafaela Silva luta contra a alemã Miryam Roper; brasileira foi ouro nos Jogos do Rio em 2016

    O Mundial de judô em Budapeste, que começa nesta segunda (28), configura-se como um grande laboratório para o restante do ciclo olímpico até Tóquio-2020, para brasileiros e estrangeiros.

    O torneio verá a avaliação de novas regras a introdução de competição mista por equipes, que foram incluídas no programa olímpico oficial já para a edição japonesa.

    Além disso, por se tratar de um ano que abre a caminhada para 2020, muitos países, entre eles o Brasil, optaram por fazer experimentações.

    A equipe nacional terá 21 judocas, dos quais 18 (nove homens e nove mulheres) participarão de disputas individuais. Os outros três lutarão apenas nas disputa mista entre países, implementada pela primeira vez em um Campeonato Mundial.

    Do contingente total, quatro atletas são estreantes: Stefannie Koyama, Samanta Soares, Phelipe Pelim e Eduardo Yudi. Todos fazer parte da nova safra que a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) quer estimular para o futuro.

    "Sempre o primeiro Mundial pós-Olimpíada é uma incógnita. Muitos atletas sobem de peso e muitas seleções se renovam. Isso acontece com Japão, França e Rússia, assim como o Brasil. Então, este torneio em Budapeste virou um grande laboratório para todos", disse Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ.

    Por exemplo, Sarah Menezes, campeã olímpica de 2012 no peso ligeiro (até 48 kg), entrou no novo ciclo como competidora no meio-leve (52 kg).

    Danilo Verpa/Folha de S.Paulo/NOPP
    Sarah Menezes em disputa na Rio-2016

    Ainda que teste a nova geração na Hungria, a confederação convocou sua força máxima, com os medalhistas na Rio-2016 Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Rafael Silva.

    Maior fonte de pódios olímpicos do Brasil, a seleção teve desempenhos abaixo do esperado na Olimpíada do Rio e no Mundial de 2015, em Astana, no Cazaquistão.

    Saiu dos dois eventos com três (um ouro e dois bronzes)e duas medalhas (dois bronzes), respectivamente, queda diante de edições anteriores -em Londres-2012, foi quatro vezes ao pódio (um ouro e três bronzes), e no Mundial de Chelyabinsk teve um ouro, uma prata e três bronzes.

    Editoria de arte/Folhapress
    ALTERAÇÕES NO TATAME Veja mudanças feitas na forma de disputa das lutas
    Veja as mudanças nas regras do judô

    Para Wilson, a seleção chega a Budapeste em situação promissora. Dois 18 competidores individuais, oito são cabeças de chave em suas respectivas categorias.

    MUDANÇAS

    O Mundial servirá para que a federação internacional da modalidade ratifique ou abandone novas regras que lançou no final de 2016.

    Entre as principais estão a diminuição do tempo das lutas masculinas de cinco para quatro minutos, a extinção do yuko como pontuação -restaram apenas o ippon e o waza-ari- e o máximo de três punições, e não mais quatro, para eliminar o judoca de um combate, entre outros.

    A CBJ promoveu um "intensivão" sobre as novas regras para a seleção durante a preparação da equipe, na cidade de Pindamonhangaba, no início deste mês.

    Edson Minakawa e Jeferson Vieira, árbitros com participações em Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, estiveram na aclimatação para ajudar em simulações de combates e solução de dúvidas.
    Outro ponto de atenção é a disputa mista por equipes entre nações, novidade que ganhou relevância por entrar no programa olímpico.

    As categorias envolvidas na disputa dão uma perspectiva favorável para o Brasil (57 kg, 70 kg e acima de 70 kg, no feminino, e 73 kg, 90 kg e acima de 90 kg, no masculino).

    Essa formação permite escalar ao menos, por exemplo, Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Rafael Silva, entre outros.

    "A adoção da disputa por equipes é um processo novo, e todos os países vão investir nesta competição. Temos de ficar atentos a ela até 2020", afirmou Wilson.

    O BRASIL EM BUDAPESTE

    FEMININO

    Ligeiro (até 48kg)
    Stefannie Koyama

    Paulo Pinto/CBJ
    A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira
    A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira

    Meio-leve (até 52kg)
    Érika Miranda
    Sarah Menezes

    Leve (até 57kg)
    Rafaela Silva

    Meio-médio (até 63kg)
    Ketleyn Quadros

    Médio (até 70kg)
    Maria Portela

    Meio-pesado (até 78kg)
    Mayra Aguiar
    Samanta Soares

    Pesado (acima de 78kg)
    Maria Suelen Altheman

    MASCULINO

    Ligeiro (até 60kg)
    Eric Takabatake
    Phelipe Pelim

    Meio-leve (até 66kg)
    Charles Chibana

    Leve (até 73kg)
    Marcelo Contini

    Meio-médio (até 81kg)
    Victor Penalber
    Eduardo Yudi Santos

    Meio-pesado (até 100 kg)
    Luciano Corrêa

    Pesado (acima de 100 kg)
    David Moura
    Rafael Silva

    Para competição mista

    Eduardo Katsuhiro Barbosa (leve, até 73 kg)
    Eduardo Bettoni (médio, até 90 kg)
    Beatriz Souza (pesado, acima de 78 kg)

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