Pela primeira vez em sua história, a natação brasileira formará uma seleção nacional júnior, com atletas entre 18 e 19 anos, para disputar campeonatos e fazer períodos de treinamento no exterior.

A decisão foi tomada pela nova gestão da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), que está no poder desde junho passado.

Segundo Renato Cordani, diretor de natação da entidade, a criação da nova equipe nacional de menores servirá como estímulo para jovens atletas com potencial.

A formação do grupo foi aprovada pelos conselhos técnicos de alto rendimento e de base da confederação, que é composto por alguns representantes de federações estaduais e técnicos.

"Nós queremos valorizar essas gerações, porque geralmente o que ocorre é eles não conseguirem vaga na seleção adulta e perderem motivação", afirmou o diretor.

"O Brasil tem um grupo de nadadores de elite, como Bruno Fratus, Cesar Cielo, Etiene Medeiros e alguns outros, que estão entre os 16 melhores do mundo, ocupam as vagas e, com isso, os mais novos têm pouca chance. A ideia é trabalhar jovens que estarão na Olimpíada de 2024, por exemplo", diz.

Para tirar o plano do papel, a CBDA promoverá uma seletiva no final de 2017 para compor essa seleção júnior.

O evento que define a equipe será o Troféu Júlio Delamare, que ocorrerá no Rio de Janeiro de 6 a 9 de dezembro –ele será realizado de maneira simultânea com o Torneio Open, que reúne os melhores nadadores adultos do país.

Os selecionados à equipe júnior já têm ao menos quatro eventos programados para a temporada de 2018.

Cordani disse que eles participarão em fevereiro da etapa de Mesa, no Arizona, do Grand Prix norte-americano –circuito de competições em diversas cidades do país.

Logo em seguida, o grupo permanecerá nos Estados Unidos para fazer duas semanas de treinamento.

De 8 a 20 de maio, os mesmos nadadores vão competir nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia.

A escalação de juniores é uma mudança significativa de estratégia em comparação com a última edição da competição, disputada em 2014.

Naquela ocasião, atletas consagrados como Thiago Pereira disputaram o evento.

"É um torneio no qual os outros países do continente levam força máxima, e por isso pode ser um teste interessante para os jovens. Mesmo com a seleção júnior, a ideia é liderar o quadro de medalhas", observou Cordani.

A última, e talvez mais importante, competição do calendário da seleção de novos serão os Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires, entre 6 e 18 de outubro.

De acordo com o diretor de natação, para o torneio serão convocados oito atletas.

Encerrado domingo (28), o Campeonato Mundial júnior, em Indianápolis (EUA), deu alguns indicativos de quem pode vir a formar a equipe júnior do país no próximo ano.

Entre os destaques estão Caio Pumputis, Fernanda Goeij e Luiz Gustavo Borges, filho de Gustavo Borges –dono de duas pratas e dois bronzes olímpicos na natação.

A CBDA pretende oficializar a criação da seleção júnior em um boletim a ser publicado ainda neste mês.

Cordani afirmou que o projeto será mantido para as próximas temporadas, com vistas aos Jogos de Tóquio, inicialmente, e de 2024.