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    Sede dos Jogos da Juventude, Buenos Aires mira Olimpíada em 2032

    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL A LIMA (PERU)

    14/09/2017 10h16

    Buenos Aires será sede, entre 6 e 18 de outubro de 2018, dos Jogos Olímpicos da Juventude, evento voltado a atletas entre 18 e 15 anos.

    Mas a capital argentina realiza o evento para ganhar a confiança do COI (Comitê Olímpico Internacional) com vistas a um sonho maior: os Jogos Olímpicos.

    Segundo o presidente do Comitê Olímpico Argentino, Gerardo Werthein, que também é membro do COI e chefe do comitê organizador de Buenos Aires-2018, a intenção é concorrer para a Olimpíada de 2032.

    "Nós temos o sonho de receber uma Olimpíada. Assim como temos o sonho de trabalhar. Primeiro, queremos fazer esses Jogos Olímpicos da Juventude bem e demonstrar que temos capacidade de organizar um grande evento. Mas, sim, temos o sonho de organizar os mais importante deles, os Jogos Olímpicos", afirmou o argentino à Folha durante sessão do Comitê Olímpico Internacional em Lima.

    Buenos Aires receberá a terceira edição dos Jogos da Juventude. A primeira foi realizada em Cingapura, em 2010, e a segunda em Nanquim, na China, em 2014. Nesta quarta-feira (13), Werthein exibiu a outros membros do COI o projeto de fazer uma cerimônia de abertura diferente para o evento.

    Em vez de um estádio, a solenidade será organizada na região do obelisco da avenida 9 de julho, região central da cidade. Vale tudo para impressionar.

    A capital da Argentina já tentou receber os Jogos Olímpicos quatro vezes, sem sucesso: 1936, 1956, 1968 e 2004.

    Xavier Martin/Folhapress
    Argentina, Buenos Aires, Julho 2017 Estacion del Retiro / Buenos Aires Estacao do Retiro Foto: Xavier Martin / Folhapress **** EXCLUSIVO FOLHA NAO UTILIZAR SEM AUTORIZACAO****
    Hall da estação do Retiro, em Buenos Aires, após a reforma

    A derrota mais sentida foi em 1956, quando perdeu por um voto para a australiana Melbourne (21 x 20). Até hoje, o Brasil foi o único país sul-americano a sediar o megaevento, com o Rio-2016. Nesta quarta, o COI anunciou Paris e Los Angeles como sedes dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028.

    O desejo de levar a Olimpíada para lá de maneira inédita faz parte de uma ampla frente de investimentos que os argentinos querem fazer no esporte. Sobretudo na realização de eventos de relevo, como o Brasil fez na última década.

    Os argentinos têm afirmado que pretende sediar a Copa do Mundo da Fifa de 2030, em candidatura com Uruguai e Paraguai, e torneios de outras modalidades, como contou Werthein.

    "Buenos Aires-2032 é uma possibilidade muito importante. Nós trabalhamos para levar à Argentina a Copa do Mundo de basquete, a candidatura conjunta para a Copa do Mundo de futebol, estudamos possibilidades para a Copa do Mundo de rúgbi e agora temos tempo para pensar, quem sabe, no sonho de 2032", disse o dirigente.

    A primeira peça deste tabuleiro são os Jogos da Juventude do próximo ano. Werthein afirmou que o custo da competição, para o comitê organizador, está na ordem de US$ 187 milhões (R$ 580 milhões na cotação desta quarta-feira [13].

    A expectativa é que Vila Olímpica, que já tem 90% das obras concluídas, esteja finalizada em dezembro. Werthein programa a entrega em março para que possam ser testadas as instalações.

    Ele teme que se repita o que houve na Rio-2016, quando delegações chegaram a deixar a Vila dos Atletas pouco depois de entrarem porque os quartos tinham inúmeros problemas.

    "Faremos toda a prova de infraestrutura, como água, luz, internet e plano contra incêndio. Tudo tem de estar funcionando porque lidamos com competidores muito jovens, de no máximo 18 anos", comentou.

    Os apartamentos da Vila Olímpica serão comercializados e entregues após o evento.

    O custo do parque olímpico, que concentrará a maioria das disputas, ainda será revisto. Depois dos Jogos, pretende-se que ele se torne um centro de alto rendimento das seleções argentinas, com um alojamento com capacidade para receber até 500 atletas.

    Segundo Werthein, a principal preocupação recaiu sobre as contas dos Jogos da Juventude. Para evitar problemas, ele disse que todas as licitações tiveram concorrentes locais e internacionais, e que nenhuma das empresas vencedoras concentrou obras.

    Ao todo, são 12 empresas e cinco escritórios de arquitetura que trabalham no projeto.

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