Em sua luta para se livrar da zona de rebaixamento do Brasileiro, São Paulo tem fracassado justamente contra os adversários que mais precisava vencer. Contraria, assim, a prioridade estabelecida pelo próprio técnico Dorival Júnior ao assumir o cargo.

Quando apresentado como sucessor de Rogério Ceni em 10 de julho, o treinador disse que a equipe disputava um campeonato à parte. Que não adiantava pensar em vaga na Libertadores nem em qualquer meta mais ambiciosa. Tirar o time da zona de descenso era o objetivo preeminente, praticamente único.

Passadas 11 rodadas desde então, o São Paulo, que enfrenta o Vitória, em Salvador, neste domingo (17), está em penúltimo na classificação.

Dentre os diversos motivos que podem explicar essa situação crítica, constam os seguidos tropeços contra concorrentes diretos na parte baixa da tabela, nesse campeonato particular anunciado por Dorival.

Até o momento, o São Paulo fez 11 partidas contra times que estão posicionados na segunda metade da tabela, entre os 11º e 20º lugares (veja ao lado). O retrospecto é calamitoso: duas vitórias, quatro empates e cinco derrotas.

As contas dão um aproveitamento de apenas 30,3%. No campeonato, como um todo, a equipe ganhou 34,8% dos pontos que disputou. Isto é, a campanha contra rivais supostamente mais fracos é a que a afunda na competição.

Se for para descontar os resultados obtidos com Rogério Ceni no banco, as estatísticas são-paulinas se tornam ainda mais desfavoráveis.

Com Dorival, foram seis duelos com rivais que estão a perigo. O time não venceu nenhum deles. Acumulou três empates e três derrotas. Dá um aproveitamento de 16,6%.

Em sua defesa, Dorival ao menos pode argumentar que, desde que assumiu a empreitada, conduziu o São Paulo a desempenho superior ao de quatro de seus concorrentes mais próximos.

Com 13 pontos em 11 rodadas, supera os 12 do lanterna Atlético-GO, os 11 de Sport e Coritiba e os 10 da Chapecoense neste período. A Ponte Preta igualou seus 13 pontos.

Em meio a números mais desanimadores, se há um alento para a torcida são-paulina, é que um de seus triunfos nesse punhado de jogos foi justamente contra o Vitória, oponente deste domingo.

Em 8 de junho, pela quinta rodada, o São Paulo bateu o time soteropolitano por 2 a 0, em casa. Ceni era o técnico.

No reencontro entre as equipes no Barradão, todavia, o Vitória agora se vê por cima, com dois pontos a mais. Efeito da reação sob o comando do técnico Vagner Mancini, com direito a triunfo no Itaquerão contra o líder Corinthians. que é o rival do São Paulo na próxima rodada.

No Morumbi, havia grande expectativa por resultados positivos contra Ponte Preta e Vitória, no retorno ao Brasileiro após pausa para disputa das eliminatórias para a Copa do Mundo.

O empate por 2 a 2 com a Ponte, no Morumbi, pela 23ª rodada, depois de abrir vantagem de 2 a 0, aumenta a pressão por três pontos em Salvador. Ainda mais com um clássico pela frente.

Neste domingo, o time deve ter duas mudanças. O lateral esquerdo Edimar e o volante Jucilei estão suspensos. Júnior Tavares e o argentino Jonathan Gómez são os mais cotados para suas vagas.

O São Paulo pode escapar mais uma vez da zona de rebaixamento nesta rodada.

Para isso, precisa vencer seu jogo e torcer por uma combinação de resultados negativos de dois dos seguintes concorrentes: Bahia (que enfrenta o Cruzeiro fora, domingo), Chapecoense (encara o Grêmio fora, domingo) e Coritiba (duela com o Palmeiras fora, na segunda-feira).

	São Paulo sofre contra adversários mal posicionados na tabela do Brasileiro