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    CBF não recebe proposta por direitos de jogos da seleção para TV aberta

    DE SÃO PAULO

    21/09/2017 22h29

    Ricardo Borges/Folhapress
    Rio de Janeiro, RJ,BRASIL, 28- 05- 2015; Apos prisao do ex-presidente da CBF, Foi retirado da faixada da sede no Rio o nome de Jose Maria Marin. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***
    A sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro

    A CBF anunciou nesta quinta-feira (21) que não recebeu nenhuma proposta oficial para compra dos direitos de transmissão dos jogos da seleção brasileira entre novembro de 2017 e dezembro de 2022 no pacote para todas as plataformas (TV aberta, fechada e na internet).

    Pela primeira vez, a oferta dos direitos foi feita em processo de licitação. A confederação havia estipulado como lance mínimo para esse pacote US$ 3,5 milhões (R$ 11 milhões) por jogo. Segundo comunicado da entidade, foram recebidas "manifestações de interesse de múltiplas empresas", mas nenhuma quis fazer ofertas oficiais nos termos do edital.

    A CBF afirmou que irá avaliar as alternativas para comercialização do conteúdo desse pacote e não descarta a realização de uma nova licitação.

    O Grupo Globo, apontado como um dos favoritos a adquirir o pacote, acertou apenas a compra dos direitos não exclusivos para transmissão dos jogos da seleção em plataformas digitais, com preço inicial de US$ 500 mil (R$ 1,57 milhão) por partida.

    A confederação não revelou quanto a empresa pagou pelos direitos, mas afirmou que a proposta superou "de maneira significativa o valor mínimo estipulado".

    "Sem dúvida alguma, o Grupo Globo conta com enorme audiência nestas mídias e assegurará máxima exposição à seleção. Estamos igualmente orgulhosos em ter assumido o pioneirismo e concluído todo este exemplar e transparente processo de concorrência", afirmou o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, no comunicado.

    A entidade planejava arrecadar mais de R$ 466 milhões com a venda dos pacotes, que cobriam os direitos de 37 jogos da seleção. O valor total de US$ 4 milhões (R$ 12,6 milhões) por partida que a CBF havia estabelecido no edital era o dobro dos US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhões) cobrados no último contrato com a TV Globo pelos direitos dos amistosos da seleção.

    O valor cobrado é maior do que o que provocou o impasse no amistoso entre Brasil e Colômbia, em janeiro. A CBF pediu R$ 6 milhões pelo direito de transmissão, o que não foi aceito.

    Saeed Khan/AFP
    Brazilian player Filipe Luis (C) attends a training session with teammates in Melbourne on June 8, 2017, ahead of their match against Brazil on June 9. / AFP PHOTO / SAEED KHAN / -- IMAGE RESTRICTED TO EDITORIAL USE - STRICTLY NO COMMERCIAL USE -- ORG XMIT: 068
    Jogadores da Seleção Brasileira durante treino nesta quinta-feira (8)

    Para formatar o novo modelo, a CBF contratou a agência Synergy Football, que tem sede na Suíça. A empresa de marketing já trabalhou para a Uefa (entidade que controla o futebol na Europa).

    Até o ano passado, a Globo transmitia com exclusividade os amistosos da seleção. A emissora também tem os direitos desta edição das eliminatórias, que se encerra no próximo mês.

    Em junho, a CBF não chegou a um acordo com a Globo para os dois amistosos disputados na Oceania e produziu e transmitiu as partidas.

    Nos canais abertos, a CBF comprou horário na TV Brasil e na TV Cultura. Pelé foi o comentarista dos dois jogos. Representantes dos principais canais já se reuniram com executivos da Synergy para conhecer detalhes do projeto.

    A CBF decidiu licitar os direitos da seleção depois de protagonizar o maior escândalo de corrupção do futebol mundial.

    Em 2015, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e dois ex-presidentes, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, foram acusados pelo FBI de se beneficiarem de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior. Desde então, Marin cumpre prisão domiciliar nos EUA. Eles negam ter cometido qualquer irregularidade.

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