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    COI afasta Nuzman de funções e suspende o Comitê Olímpico do Brasil

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    06/10/2017 10h52 - Atualizado às 23h53

    Ian Cheibub/Folhapress
    PF prende presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do comitê organizador da Rio-16
    PF prende Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do comitê da Rio-16

    O Comitê Executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou nesta sexta-feira (6) que Carlos Arthur Nuzman, preso nesta quinta-feira (5) pela Polícia Federal, foi suspenso de suas funções na entidade.

    Nuzman era membro honorario do COI e integrava a comissão de coordenação para os Jogos de Tóquio-2020.

    Além disso, o comitê internacional suspendeu o Comitê Olímpico Brasileiro.

    Com a punição, o COB está impedido de receber pagamentos e subsídios repassados pelo COI. O comitê nacional também perde seus direitos como filiado ao COI, como fazer parte de associações de comitês olímpicos nacionais.

    Apesar disso, o COI ressaltou que os atletas brasileiros não serão prejudicados. O país poderá enviar delegação para os Jogos Olímpicos de Inverno, que ocorrerão em fevereiro próximo, em PyeongChang, na Coreia do Sul, e outros eventos.

    Bolsas escolares a atletas do país, geralmente concedidas por meio do programa Solidariedade Olímpica, também estão mantidas.

    O COI repassou, em 2016, US$ 540 milhões aos seus 206 comitês olímpicos nacionais associados, segundo seu relatório anual do último ano. Se o valor fosse dividido igualitariamente, cada comitê nacional receberia pouco mais de R$ 8 milhões.

    As sanções, que são provisórias, passam a vigorar de imediato.

    Elas só serão derrubadas um vez que a liderança do COB apresente um plano de governança que satisfaça o comitê executivo do COI.

    Liderado por seu presidente, o alemão Thomas Bach, o comitê executivo do COI acatou recomendação da comissão de ética da entidade, deliberada nesta sexta-feira (6).

    O chefe da comissão, o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, expressou que Nuzman ainda tem direito a defesa, mas diante da gravidade dos fatos é urgente que o COI tome uma posição.

    Em respeito à regra 59 da Carta Olímpica, ele sugeriu que o COI retirasse Nuzman dos cargos que ocupava, o que foi acatado.

    RIO-2016

    Na mesma nota divulgada, o COI afirmou que encerrou toda e qualquer obrigação com o Comitê Organizador dos Jogos do Rio, do qual Nuzman é presidente, em dezembro de 2016.

    E que todas as cooperações financeiras até mesmo excederam o que era combinado. Assim, o COI não dará qualquer assistência ao Rio-2016, que hoje ainda tem uma dívida de quase R$ 130 milhões a saldar com fornecedores, consumidores e ex-funcionários.

    "O COI decide suspender provisoriamente todas as relações com o Rio-2016", disse o comunicado.

    A suspensão pode ser revista caso problemas de governança do Comitê Organizador Rio-2016 satisfaçam a cúpula do COI.

    Entretanto, dificilmente a dívida dos organizadores será quitada, uma vez que a prefeitura do Rio, o governo do Estado e a União têm se recusado a repassar recursos.

    HABEAS CORPUS

    Na noite desta sexta (6), a defesa de Nuzman protocolou no Tribunal Regional Federal da 2ª Região pedido de habeas corpus e de anulação da operação que levou à prisão do dirigente do COB.

    Na petição, os advogados do cartola afirmam que as investigações permitiram a "participação abusiva de autoridades francesas" –que deram origem às suspeitas sobre Nuzman no Brasil e que houve divergências entre o Ministério Público e a PF na operação.

    A defesa do dirigente diz ainda que ele nunca exerceu cargo público e que a suposta compra de votos para o Rio envolveria apenas entidades privadas", um episódio, segundo os advogados, "longevo, ocorrido há cerca de oito anos".

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