Desde o primeiro turno, Fabio Carille faz as contas para o Corinthians ser campeão. Começou com 72 pontos, passou para 78 e hoje está em 73. Como a equipe está com 58, ele acredita que mais 15 serão suficientes para o título brasileiro. São cinco vitórias nas 11 rodadas finais.

"Eu não falo muito sobre isso, mas tenho uma ideia de quantos [pontos] precisamos", disse o treinador para a Folha no final de julho.

Neste domingo, às 19h, em Salvador, o adversário será a Bahia. Se Santos e Cruzeiro não vencerem, a conta pode ficar melhor ainda. Mas por enquanto, o treinador corintiano mantém a marca dos 73.

"Se vencermos cinco [jogos] em 11, o Santos [vice-líder] precisará de oito vitórias. Não é impossível, mas também não é fácil. Se conseguirmos essas cinco vitórias, acredito que o nosso time será campeão", afirmou Carille após a vitória sobre o Coritiba, na última quarta-feira (11), em São Paulo.

Se o Corinthians chegar aos 73 pontos, terá aproveitamento de pontos de 64%. No histórico do Campeonato Brasileiro em pontos corridos, iniciado em 2003, será a pior média de um campeão desde o próprio Corinthians de 2011 (62,3%). Mas o time atual de Fabio Carille leva uma vantagem: os rivais diretos pelo troféu não conseguem uma sequência de vitórias.

Na última rodada, apesar da declarada intenção de se aproximar do líder, o Santos empatou com a Ponte Preta, em Campinas. O Cruzeiro (3º colocado) está invicto há sete jogos, mas quando teve a chance de enfrentar o Corinthians, ficou no 1 a 1. O Grêmio, que passou boa parte do torneio como maior ameaça ao líder, caiu para a terceira posição e tem como prioridade a semifinal da Copa Libertadores da América, diante do Barcelona (EQU).

Pelas contas de Carille, bastaria ao Corinthians vencer as cinco partidas que tem no Itaquerão: Grêmio, Palmeiras, Avaí, Fluminense, Atlético-MG. Das 14 rodadas em que atuou em casa até agora no Campeonato Brasileiro, a equipe venceu nove vezes.

A proximidade do título nacional acontece apesar da queda de rendimento. O aproveitamento no returno (45,8%), é bem diferente dos 82,4% obtidos no 1º turno.

"Os outros resultados estão sendo legais para nós. Estamos com os pés no chão. Não acho que pioramos no segundo turno. O que aconteceu foi que no primeiro houve jogos em que não atuamos tão bem, mas vencemos", disse Cássio.

RECORDE

Com 58 pontos após 27 rodadas, o Corinthians tem hoje 71,6% de aproveitamento. A média é melhor do que a obtida por todos os campeões brasileiros na era dos pontos corridos, com exceção do Cruzeiro, campeão em 2003 com 72,4% dos pontos.

Que as projeções de Carille não incluam a manutenção da média atual, mostra que ele considera a probabilidade de o time não recuperar o ritmo do primeiro turno. Ou que os rivais diretos pelo título não conseguirão colocar pressão no clube.

"Nossa vantagem na liderança é de dez pontos. É bem legal. O Corinthians está firme. A desconfiança nunca chegou aqui", completou Cássio, afirmando que o elenco não tem medo de ser pressionado na tabela.

VOLTAS

Contra o Bahia, Fabio Carille terá o retorno do zagueiro Pablo, do lateral Fagner e do atacante Romero.

Pablo está recuperado de dores na coxa esquerda e foi poupado diante do Coritiba. Fagner e Romero estavam suspensos.

Enfrentar o Bahia na reta final do Campeonato Brasileiro poderia ser visto com otimismo pelo Corinthians. Em 14º, o adversário se afastou da zona de rebaixamento graças ao empate com o Palmeiras na última quinta-feira (12), em São Paulo. Mas o líder tem se complicado em jogos como esse, especialmente no segundo turno.

Das três derrotas sofridas, duas foram para rivais que lutavam (ou ainda lutam) contra a degola: Vitória e Atlético-GO.

"Os times que estão lá embaixo na tabela são os mais perigosos. Eles jogam como se não tivessem nada a perder. A responsabilidade é nossa. Contra o Coritiba, o Cássio teve de fazer grandes defesas", afirma Jô, artilheiro do Brasileiro (ao lado de Henrique Dourado, do Fluminense), com 14 gols.