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    Lewis Hamilton cumpre tabela para conquistar o tetracampeonato na F-1

    DE SÃO PAULO

    29/10/2017 02h00

    Henry Romero/Reuters
    F1 - Fórmula 1 - Grande Prêmio mexicano 2017 - Cidade do México, México - 28 de outubro de 2017 Mercedes Lewis Hamilton durante a terceira prática
    O piloto Lewis Hamilton durante o treino classificatório do Grande Prêmio do México

    A primeira impressão a respeito de Lewis Carl Hamilton, 32, não dá a exata ideia do competidor que ele é.

    Tatuagens pelos braços, óculos escuros sobre o nariz adornado por um piercing e cabelos cuidadosamente aparados compõem a imagem de um talento que se notabilizou por desfilar mundo afora com outras personalidades.

    Amigo de Neymar e Usain Bolt, de acordo com as redes sociais, expandiu seu alcance com amizades (Justin Bieber) e namoros (Nicole Scherzinger) de astros da música, aparições em festas em hotspots e ostentações materiais.

    Por trás desta incrível camada de futilidade, Hamilton tem se convertido num implacável vencedor de corridas.

    E ele nem precisa ganhar mais uma, na Cidade do México, neste domingo (29), às 17h, para reiterar seu status, separar-se de lendas da principal categoria do automobilismo mundial e superar o piloto que mais reverencia: o tricampeão Ayrton Senna.

    Hamilton largará em terceiro. Com um quinto lugar, ele garantirá seu quarto título mundial de F-1, o terceiro em quatro anos –também venceu em 2008, 2014 e 2015.

    O inglês será o segundo mais jovem da história da categoria a obter quatro troféus.

    Aos 32 anos, fica atrás só do alemão Sebastian Vettel, que tinha 26 quando completou a quadra, em 2013. E iguala-se a Michael Schumacher, que obteve o feito em 2001.

    Alain Prost e Juan Manuel Fangio, que conquistaram quatro ou mais títulos da F-1, alcançaram a marca com 38 e 45 anos, respectivamente.

    A taça também viria a coroar uma temporada em que Hamilton amealhou nove de suas 62 vitórias na carreira.

    Ele tem 2.578 pontos somados desde que entrou no circo, em 2007, advindos de um total de 116 pódios que foram arrebatados, na maioria, graças a suas 72 pole positions.

    Os números grandiosos evidenciam o atleta maduro e obcecado que ele se tornou.

    "O meu plano é ganhar, e não vim ao México para outra coisa, somente para ser o número um", disse em entrevista coletiva nesta semana.

    Na primeira metade desta temporada, Hamilton foi desafiado por Vettel, que enfim acertou a sua Ferrari.

    O alemão chegou a liderar parte do campeonato, porém na reta final não conteve o desempenho quase perfeito do rival, que triunfou em cinco das últimas seis corridas.

    A diferença entre ambos em 2017 está expressa nos números. Hamilton soma 331 pontos, contra 265 de Vettel, que atualmente está ameaçado de perder a segunda posição para Valtteri Bottas.

    Em outros tempos, como no início de sua carreira na F-1, na McLaren, o inglês cederia à pressão ao ser perseguido e não perseguidor.

    No entanto, o Hamilton da Mercedes, equipe que defende desde 2013, é diferente. No cockpit da escuderia colheu vitórias e também derrotas que o fizeram amadurecer.

    Como no ano passado, quando terminou com o vice-campeonato logo atrás do companheiro de equipe e arquirrival Nico Rosberg.

    A concorrência com Rosberg, em vez de virar estorvo, acabou por fortalecê-lo.

    "[Neste ano] Eu não deixei nenhuma pedra no caminho. Trabalhei muito, em comunicação com a equipe e consistência. Ao analisar minha temporada, estou muito orgulhoso do que fiz", afirmou também nesta semana.

    Como a tendência é que a Mercedes se mantenha na vanguarda da categoria, Hamilton ainda pode aspirar a outros recordes e conquistas.

    E deixar para o automobilismo um legado tão grande quanto o de seu maior ídolo, o tricampeão mundial Ayrton Senna -a quem ultrapassou no número de pole positions na carreira neste ano (72 a 65).

    "Ele [Hamilton] é um piloto muito rápido. Competitivo, agressivo e completo, como Senna, Schumacher e Alonso. Impressiona mais em classificação e na chuva, assim como o Ayrton", afirmou o piloto brasileiro Felipe Massa em entrevista ao UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, em setembro.

    "Sempre achei que o Ayrton era um piloto que impressionava muito mais em classificação do que em corrida em comparação com os outros, e na chuva também. E com o Hamilton acontece o mesmo", complementou o piloto da Williams.

    Neste domingo, o astro inglês quer dar mais uma amostra de que se encontra no mesmo patamar da lenda.

    "Não penso em ter mais vitórias ou campeonatos que ele. Mas, sim, fico feliz em ter meu nome ligado ao dele. Me deixa muito orgulhoso."

    NA TV
    GP do México - 17h, SporTV 2

    Editoria de Arte/Folhapress
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