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    Com chances de efetivação, Valentim adapta o Palmeiras a modelo italiano

    EDUARDO GERAQUE
    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    30/10/2017 02h00

    Cesar Greco / Ag. Palmeiras / Divulgacao
    Alberto Valentim assumiu o Palmeiras interinamente após a demissão do técnico Cuca

    Aos 24 anos, em 1999, o então melhor lateral direito do Brasil, segundo votação oficial feita via CBF, cruzou o Atlântico e desembarcou em Udine, onde Zico, seu grande ídolo, havia atuado.

    Pelos noves anos seguintes, Alberto Valentim jogaria na Série A italiana, na Udinese e depois no Siena.

    O futebol jogado no campeonato local, intenso e sempre focado na defesa, transformaria para sempre a visão de futebol do mineiro, que apareceu para o futebol no Guarani, de Campinas.

    Após parar de jogar com festa em 2009, no Atlético-PR, Valentim resolveu ser técnico e se dedicou a estudar.

    Aprendeu teoria em estágios em clubes na Itália e foi assessor da presidência do Atlético-PR. Não parou aí. Agora, o técnico quer fazer o curso para obtenção da licença A da CBF no fim do ano.

    A exemplo do que fez o arquirrival Corinthians ao apostar em Fábio Carille, o Palmeiras também pode desistir de investir em grandes nomes na função e efetivar Valentim, hoje interino, em 2018.

    "Ele é o técnico do Palmeiras. Se ele engrenar uma série de vitórias, por que não?", comenta Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras.

    Até agora, foram três vitórias em três jogos no time. Na noite desta segunda (30), às 20h, Valentim orienta o Palmeiras contra o Cruzeiro, na busca pelo título nacional.

    As semelhanças entre ele e Carille também existem dentro das quatro linhas.

    "Fizemos bons jogos no Campeonato Paulista [pelo time do Red Bull], exatamente como o Corinthians vem jogando. Tendo linhas de marcação muito boas, que fechavam o espaço do adversário", lembra Fernando Miranda, 37, auxiliar-técnico de Valentim no time do interior.

    Os dois também trabalharam na comissão técnica do Palmeiras, quando Miranda era preparador de goleiros.

    Para ele, o futebol italiano está presente no trabalho de Valentim. "O Alberto costuma seguir essa linha do Carille, de atuar com uma linha bem italiana, com marcação alta, compacta, jogando no erro do adversário", afirma.

    O zagueiro Anderson Marques, 34, um dos comandados de Valentim no Red Bull, tem a mesma percepção.

    "O Valentim enfatiza que o pilar do time é o sistema defensivo. Se ele está consistente, é meio caminho para não perder o jogo", diz Marques.

    O fato de ser um estudioso do futebol chamou a atenção de Vagner Mancini, que quando comandava o Atlético-PR teve Valentim como auxiliar.

    "Ele sempre me ajudou. O Alberto conhece sistemas táticos e tem uma experiência internacional", avalia o atual treinador do Vitória.

    Valentim vem ganhando elogios no Palmeiras, inclusive do capitão Dudu. Os jogadores já aprovavam o agora técnico desde os tempos de Cuca, que deixava o então auxiliar comandando treinos.

    "Alberto é exigente. Cobra, mas não é autoritário. Ele procura convencer o jogador com ideias", diz Miranda.

    Valentim ganha apoio no grupo pela tranquilidade. O fato de priorizar a posse de bola também passou a agradar ao elenco.

    Mas, se o enredo seguido no Palmeiras é similar ao do Corinthians do início do ano, diferenças começam a emergir quando se esmiúçam as ideias de futebol de Valentim, que atua como interino no Palmeiras pela quinta vez desde 2014. Ele saiu para o Red Bull e depois voltou.

    "O Valentim tem uma fórmula de jogar mais para frente do que o Carille. Às vezes com um volante só, joga com dois meias ou até três atacantes. Ele se preocupa com a defesa, mas a partir do momento que consertou o sistema defensivo, coloca o time para frente", diz Marques.

    Mesmo com a aprovação no Palmeiras e no Red Bull, os resultados no Campeonato Paulista não vieram.

    Sem conseguir passar da primeira fase, Valentim e a comissão técnica foram demitidos do time de Campinas. O retrospecto em 12 jogos teve três vitórias, quatro empates e cinco derrotas. O ataque fez 14 gols e a defesa levou 16.

    A avaliação dos demitidos é que os resultados não espelharam o que o time jogou.

    No Palmeiras, Valentim tem outro vestibular, que durará até o fim do Brasileiro.

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