• Esporte

    Monday, 06-May-2024 08:12:05 -03

    Campeonato Brasileiro 2017 - Série A

    Rivalidade de Corinthians e Palmeiras acompanha as mudanças do futebol

    DE SÃO PAULO

    03/11/2017 02h00 - Atualizado às 12h30

    Nascidos na região central de São Paulo há mais de cem anos, Corinthians e Palmeiras viram sua rivalidade histórica crescer no mesmo ritmo das mudanças no futebol. E acompanhar a gigantesca transformação da capital.

    Geograficamente, Corinthians e Palmeiras nasceram na região central da cidade. O time alvinegro, no Bom Retiro, em 1910. O alviverde, quatro anos depois, na praça da Sé. Quase 2,5 km separam os dois locais de nascimento.

    No ano do centenário do dérbi, a separação física entre a Arena Corinthians e o Allianz Parque é, grosso modo, de 22 km, a mesma extensão da linha 3 do metro paulistano, que vai da estação Corinthians/Itaquera à Palmeiras/Barra Funda. E vice-versa. Neste domingo (5), as equipes se enfrentam no estádio corintiano a partir das 17h.

    As dezenas de jogos históricos entre o time do povo e o time dos imigrantes italianos, como eram conhecidas as equipes no começo, passaram por 16 estádios diferentes, de campos de arquibancadas de madeira até as modernas arenas padrão Fifa.

    Acabaram em troféus e geraram números que retroalimentam a rivalidade, nem sempre violenta como hoje.

    Em 1918, jogadores do Corinthians almoçavam quando um osso, lançado de fora do restaurante por torcedores, quebrou o vidro. Em um bilhete, lia-se: "o Corinthians é canja para o Palestra". Naquela tarde, a partida acabou 3 a 3. E os corintianos devolveram: "Esse osso era para a canja. Mas não cozinhou por ser duro demais". O objeto está no memorial do time.

    Também havia o xingamento preferido dos rivais, nos anos 1970 e início dos 1980: chamar o palmeirense de porco. História que acabou em 1986. Time e torcida aceitaram a "mascote".

    Da primeira partida entre ambos, um 3 a 0 para o Palmeiras no antigo Parque Antárctica, em 1917, até o mais recente, no Allianz Parque, com vitória do Corinthians por 2 a 0, foram 354 partidas.

    O Palmeiras venceu 125. O Corinthians 122. Os empates, menos frequentes, são 107.

    Dentro das quatro linhas, torcedores e historiadores dos dois clubes têm os seus jogos preferidos. Como a história é quase sempre contada pelos vencidos, nenhuma das duas listas coincidem.

    Em 1937, em um Paulista de pontos corridos, o Corinthians ganhou seu primeiro título da chamada era profissional do futebol. A vitória por 1 a 0 sobre o Palestra Itália, gol de Teleco, na antepenúltima rodada, foi essencial.

    O primeiro título sobre o Palmeiras, antes Palestra Itália, ocorreu em 1952, em outro campeonato paulista por pontos corridos. Na penúltima rodada, fez 3 a 1 sobre o rival, no Pacaembu, gols de Carbone, Jackson e Luizinho.

    As vitórias do Palmeiras ilustram transformações mais recentes no futebol e na cidade. Tem duas decisões de Paulista no Morumbi –o que mostra que a cidade já estava espalhada além dos rios.

    A de 1974, da Academia, após gol de Ronaldo. Em 1993, a histórica goleada por 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação).

    No ano seguinte, a Era Parmalat também geraria frutos no Brasileiro. A decisão ocorreu contra o Corinthians, em dois jogos no Pacaembu, estádio que até hoje mais recebeu o dérbi. No primeiro, 3 a 1, com dois gols de Rivaldo e um de Edmundo. No segundo, empate em 1 a 1.

    As duas eliminações do rival alvinegro da Libertadores, principalmente em 1999, ano do título, são motivo de orgulho no Palmeiras.
    Mas a história do dérbi continua. E, no futuro, terá até árbitro de vídeo.

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024