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    Del Nero já articula chapa para reeleição à presidência da CBF

    SÉRGIO RANGEL
    ENVIADO ESPECIAL A LILLE (FRANÇA)

    12/11/2017 02h00

    Sem adversário, o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, já articula a chapa da sua candidatura para a reeleição da entidade.

    Apesar de ainda aguardar com apreensão o resultado do julgamento de José Maria Marin, seu antecessor, nos EUA, Del Nero negocia alianças para o pleito.

    A eleição deve acontecer em abril. Desta vez, o dirigente ampliou o número de vices para agradar mais aliados. Antes eram cinco e agora serão oito.

    Uma das vagas já foi escolhida. Será ocupada por Rogério Caboclo, principal executivo da entidade e o seu escolhido para sucedê-lo.

    Para isso, Del Nero mexeu até no estatuto da CBF. Antes da mudança do regulamento, o vice mais velho assumia o cargo. Foi assim que José Maria Marin chegou ao poder depois da renúncia de Ricardo Teixeira em 2012.

    Agora, em caso de vacância do poder, os oito vices se reúnem para escolher o substituto do futuro presidente da CBF no próximo mandato.

    Diretor Executivo de Gestão da CBF, Caboclo é praticamente desconhecido por jogadores e treinadores. Mas atua com habilidade pelos bastidores do futebol.

    Em fevereiro, ele e Jairzinho foram homenageados pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) em "reconhecimento às suas trajetórias e trabalho em prol do futebol do continente". A cerimônia fez parte das comemorações pelos 100 anos da entidade.

    Além de Caboclo, o empresário Fernando Sarney será outro vice do atual presidente. Ele já ocupa o cargo neste mandato e é o representante brasileiro na Fifa.

    Outros cinco vices serão ocupados por presidentes de federações, como acontece atualmente. As federações são maioria no colégio eleitoral da CBF. Os clubes da primeira e da segunda divisão do Brasileiro também votam.

    Em outubro, Del Nero convidou presidentes das 27 federações, além de mandatários dos clubes da Série A e B do Brasileiro, para acompanhar a vitória do Brasil, por 3 a 0, sobre o Chile, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa.

    Desde 2015, Del Nero não deixa o país. Ele evita viagens após ser acusado pelo FBI de fazer parte de um esquema de recebimento de propina na venda de competições no Brasil e no exterior. Teme ser preso fora do país, como aconteceu com seu antecessor, José Maria Marin.

    O ex-presidente foi detido na Suíça em 2015 e está em prisão domiciliar nos EUA.

    Mesmo com as acusações da CBF, Del Nero consegue controlar com mão de ferro os bastidores do futebol. Ele desarticulou todos os rivais na disputa pela sua sucessão.

    Nesta viagem da seleção pela Europa, o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, e Sarney representam Del Nero em eventos com patrocinadores e delegações adversárias.

    VICE BOLEIRO

    Nesta reta final para o pleito, o dirigente ainda vai escolher o oitavo vice da sua chapa. Um ex-jogador poderá ganhar a cadeira.

    O nome é mantido em segredo pelo presidente da confederação.

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