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    Campeonato Brasileiro 2017 - Série A

    Corintianos presos em jogo no Rio ainda aguardam julgamento

    ALEX SABINO
    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    19/11/2017 02h00

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -17 /11/17 - :00h - ANDRÉ, Torcedor do Corinthians que esteve em confusão no Rio em 2016. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***ESPORTE
    André Tavares da Silva, torcedor do Corinthianspreso após confusão em jogo no Maracanã em 2016

    Integrante da torcida organizada corintiana Camisa 12, o comerciante Danilo Furio Campos, 33, foi a 14 partidas do Corinthians no Itaquerão em 2017. Viajou para ver jogos da equipe em Campinas, Curitiba e Belo Horizonte.
    Quando o time enfrentar o Flamengo, neste domingo (19), às 17h, ele não estará no estádio da Ilha do Urubu.

    "Sinto falta de ir aos jogos. Me afastei da torcida", afirma Gustavo Inocêncio Meira Rosário, que também fazia parte da organizada.

    Ambos estiveram no Maracanã em 23 de outubro do ano passado, quando as duas equipes jogaram no Rio. Por causa de confusão que resultou na agressão a policiais militares, os 3.000 corintianos presentes ficaram quase três horas dentro do estádio após o final da partida.

    No total, 31 foram presos e são réus em processo que ainda tramita na Justiça. Vinte e sete ficaram 88 dias no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

    Quase todos estão proibidos de irem a estádios. Não há data para julgamento.

    "Mesmo se estivesse liberado, não iria. Depois do que aconteceu, nunca mais vou ao Rio. Não participei da confusão e, no momento em que aconteceu, estava fora do estádio. Tenho provas", diz o corretor de seguros André Tavares da Silva, 40.

    Desde maio deste ano, ele pode ir a jogos do Corinthians em São Paulo. Seu advogado conseguiu liminar que o libera de comparecer à delegacia nos horários das partidas, como acontece com os outros réus no processo.

    "Foi muito constrangedor o que aconteceu. Tenho muito receio [de ir aos jogos]. Se tiver alguma confusão no estádio seria agravante [no processo]", completa Tavares.

    De acordo com as testemunhas ouvidas pela Folha, a agressão aos policiais aconteceu antes da partida, que terminou em 2 a 2.

    Os oficiais não permitiram que nenhum corintiano saísse do estádio. Separaram na arquibancada os homens (que tiveram de tirar as camisas) das mulheres. Passaram pelos corredores, olhando o rosto de cada um para tentar identificar os agressores.

    "Não tinha feito nada de errado, mas fiquei apreensivo, por causa da atitude dos policiais. Eles estavam tensos. Eu gosto de ver jogos do Corinthians fora de São Paulo. Mas se fosse neste, ficaria com medo", diz o jornalista Iberê Garcia, 22, que também estava no estádio.

    PROIBIDAS

    Para este domingo, o Corinthians teve direito a 750 ingressos da carga de 15.422.

    Em decisão de janeiro deste ano, o juiz Marcelo Rubiolli, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, determinou que as quatro principais organizadas do Corinthians: Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove e Coringão Chopp não podem entrar em estádios no Rio.

    Ricardo Borges/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ. 23.10.2016: FLAMENGO-CORINTHIANS - Torcedores do Corinthians tentam derrubar grade de divisão das torcidas antes da partida Flamengo x Corinthians pelo Campeonato Brasileiro série A 2016 no estádio Maracanã, Rio de Janeiro. (Foto: Ricardo Borges - 23.out.2016/Folhapress
    Torcedores do Corinthians entraram em confronto com policiais no Maracanã

    Seus integrantes (menos os incluídos na ação penal) podem ir aos jogos, mas sem usar camisetas da torcida ou levar faixas e bandeiras.

    "Nem as câmeras [internas] do Maracanã, que foram solicitadas no processo, foram entregues à Justiça. Não há perícias das imagens. Até agora não foi marcada audiência. Eu requisitei as imagens, mas ainda não foi entregue nada", afirma João Adolfo, advogado de Gustavo Inocêncio Meira Rosário.

    Seu cliente, assim como os demais réus, responde por lesão corporal e desacato.

    Durante o período de prisão em Bangu, em janeiro deste ano, os corintianos presos divulgaram carta em que pediam transferência de presídio por temer serem vítimas de guerra de facções no local. Uma semana depois, foram libertados.

    "Eu não vou. No ano passado, a polícia não prendeu apenas quem ocasionou a briga. Prendeu inocentes", reclama Danilo Campos.

    A Folha entrou em contato com a Polícia Militar do Rio para saber qual seria o esquema de segurança para os corintianos neste domingo e com o Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, mas não teve resposta.

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