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    Ministério Público boliviano estende investigação de acidente da Chape

    DE SÃO PAULO

    27/11/2017 17h35

    O Ministério Público da Bolívia anunciou na segunda-feira (27) que estenderá por mais seis meses a investigação envolvendo a queda do avião da Chapecoense, em 29 de novembro de 2016, nas cercanias de Medellín (COL).

    A aeronave que caiu no Cerro Gordo e fez 71 vítimas fatais era operada pela companhia boliviana LaMia.

    "Devido à complexidade do caso, pedimos ao juiz cautelar uma ampliação do prazo, e isso nos foi concedido", afirmou em entrevista coletiva Freddy Larrea, promotor da região de Santa Cruz de La Sierra, de onde partiu o voo.

    Larrea não descartou incluir nas investigações os venezuelanos Ricardo Albacete e sua filha Loredana Albacete, que são acusados de serem os verdadeiros donos e acionistas majoritários da companhia que deixou de operar desde o acidente.

    "Se for necessário chamar mais pessoas para depor, assim o faremos", afirmou.

    O jornal boliviano "El Deber" publicou uma série de áudios e documentos provando o elo entre os venezuelanos e a companhia. As provas obtidas pela publicação passaram por uma perícia do Instituto de Investigações
    Técnicas Científicas da Universidade Policial, órgão ligado ao MP boliviano.

    A família Albacete dirigia a empresa através da administradora Miriam Flores e do diretor-geral, o boliviano Gustavo Vargas Gamboa ""única pessoa da companhia que foi presa até o momento. Todos os áudios divulgados são anteriores ao acidente.
    As provas passarão por uma nova análise dos fiscais anticorrupção do Ministério Público para que seja emitido um relatório final.

    O promotor disse que solicitou informes sobre dois aviões confiscados, pertencentes a Ricardo Albacete e avaliados em US$ 60 milhões (R$ 194 milhões). Estas aeronaves têm a logomarca da LaMia e foram apreendidas semanas após o acidente.

    Elas não podiam voar por falta de licenças desde 2014 e estão lacradas em um hangar em Cochamba (BOL).

    Larrea afirmou também que já pediu à Interpol que inclua em sua lista de procurados internacionais Celia Castedo, ex-inspetora de voo da Aasana (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea).
    Ela, que assinou o documento autorizando o plano de voo da LaMia, está refugiada em Corumbá (MS) desde dezembro do ano passado.

    Também será incluído na lista da Interpol o piloto Marco Antonio Rocha Benegas, que nunca se apresentou para prestar depoimento às autoridades bolivianas.

    Ele era um dos sócios da LaMia e seu paradeiro é desconhecido desde dezembro.

    No domingo (26), reportagem da Folha mostrou que um ano após o acidente ainda não há um laudo final por parte das autoridades colombianas apontando todos os motivos e os responsáveis pela queda da aeronave.

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