A eleição que decide o presidente do Santos pelos próximos três anos, neste sábado (9), será cercada por cuidados. Marcada por um histórico de episódios polêmicos, o atual pleito contará com segurança reforçada.

"Resolvemos nos preparar como para um jogo de Libertadores. Teremos, portanto, segurança máxima da polícia, com 300 policiais para o entorno, e mais 100 seguranças contratados pelo clube", disse Fernando Galotti Bonavides, atual presidente do Conselho Deliberativo e responsável pela assembleia que decidirá o novo mandatário santista.

A principal preocupação é que aconteçam confusões por causa da suposta tentativa de fraude do atual presidente Modesto Roma Júnior, 65, candidato à reeleição. O dirigente foi denunciado em ação conjunta dos oposicionistas que postulam o cargo: Andres Rueda, 62, José Carlos Peres, 69, e Nabil Khaznadar, 57.

Roma é apontado como suspeito por aumentar artificialmente o número associados nos últimos meses do último ano. Estes já aptos a votarem.

O Conselho Deliberativo aceitou o pedido de que a votação ocorresse pela primeira vez por ordem numérica dos associados. As urnas dez, em Santos, e cinco, em São Paulo, que receberão os votos dos associados mais recentes, passarão por análise.

"Acatamos isso por ser uma preocupação unânime, mas não acreditamos em uma possível anulação. Ao fim da apuração da urna dez, em Santos, e cinco, em São Paulo, teremos uma radiografia dessa situação. Mas, para nós, houve um movimento conjunto das chapas e os reflexos por uma classificação para a Libertadores. Não vem só de um movimento", afirmou Bonavides.

Mas não é só com relação aos votos que gira o histórico de preocupação. Há outras passagens pitorescas. Na última eleição, um dos mesários foi flagrado depositando duas cédulas em uma das urnas. O responsável pela confusão se defendeu, mas acabou suspenso do quadro associativo do clube.

A mesma eleição ficou marcada por outra denúncia, a de sócios fantasmas com nomes como Augusto Pinochet, Al Capone e Don Corleone. O episódio levou os conselheiros a reprovarem a votação pela internet.

O caso mais grave ocorreu em 2009, na disputa que tirou Marcelo Teixeira do poder após dez anos e elegeu Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro.

Na ocasião, a apuração foi paralisada por uma briga envolvendo torcedores, marcada por cadeiras arremessadas e a intervenção da polícia com gás de pimenta.

Por isso, no sábado, outras medidas para evitar desgastes serão adotadas. A opção pelas cédulas de papel, preterindo as urnas eletrônicas, é outra medida para fugir de novos problemas. Na última eleição, vencida por Roma Júnior, o pleito precisou ser adiado por uma semana por uma série de panes e divergências com o sistema.

A votação terá início às 10h, no Ginásio Athiê Jorge Cury, nas dependências da Vila Belmiro (rua Princesa Isabel, s/nº), em Santos, com a presença de no mínimo 100 associados. A urna em São Paulo ficará na sede da Federação Paulista de Futebol (rua Federação Paulista de Futebol, 55). As urnas serão fechadas às 18h, quando começará a apuração.

Ao todo, 16.009 sócios estão aptos a votar, sendo 2.209 em São Paulo e 13.800 em Santos.

Para votar, o associado deve apresentar a sua carteira de sócio e um documento com foto.