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    Vereador propõe mais R$ 350 mi de incentivo municipal ao Itaquerão

    ALEX SABINO
    DIEGO GARCIA
    GUILHERME SETO
    DE SÂO PAULO

    13/12/2017 10h40 - Atualizado às 16h36
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Ronny santos - 7.maio.2017/ Folhapress
    estádio do Corinthians antes da partida final do Campeonato Paulista contra a Ponte Preta, no último domingo (14)
    Imagem do Itaquerão antes de partida do Corinthians pelo Campeonato Brasileiro de 2017

    Vereadores de São Paulo preveem que o orçamento de 2018 da prefeitura contemple a emissão de R$ 350 milhões de CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) para auxiliar o Corinthians a pagar o Itaquerão. A emenda de plenário foi apresentada pelo vereador Eduardo Tuma (PSDB) e aprovada em primeira votação.

    O assunto deve ser analisado pelos vereadores novamente até o final desta semana. Se for aprovado pela segunda vez, entra no orçamento do município e vai para a análise do prefeito João Doria.

    A emenda será debatida entre os líderes das bancadas. A proposta é que o dinheiro saia do refinanciamento do serviço da dívida pública, que são os juros de tudo o que a cidade deve.

    "Inicialmente, estavam previstos R$ 40 milhões em emissão de CIDs. Mas apresentamos emenda para mais R$ 310 milhões para o desenvolvimento da região. Era uma promessa não cumprida da gestão petista e agora coube a mim a tarefa de ajudar o Corinthians a equalizar a sua situação financeira", afirma Tuma.

    A proposta desagradou à Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo, que deve vetar o aumento no incentivo ao Corinthians.

    A sugestão da emenda partiu do conselheiro Romeu Tuma Júnior, que é primo do vereador e candidato à presidência do Corinthians. Em reunião no conselho deliberativo na noite desta terça (12), o atual presidente, Roberto de Andrade, avisou aos demais conselheiros da medida.

    "Isso vai nos ajudar a pagar o estádio", afirmou.

    CIDs funcionam como um incentivo fiscal para a obra. São títulos dados pela prefeitura que podem ser vendidos no mercado pelo fundo criado para a construção do estádio. Eles são utilizados pelas empresas compradoras para o pagamento de impostos municipais, como IPTU e ISS.

    No projeto de construção da Arena do Corinthians, a prefeitura emitiu R$ 420 milhões em CIDs. Em julho de 2011, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o substitutivo ao projeto de lei 288/2011, que concedeu o benefício para o estádio em razão da abertura da Copa do Mundo de 2014.

    Com a atualização monetária prevista no projeto de lei, os CIDs valem atualmente cerca de R$ 490 milhões.

    Essa alteração na lei foi uma das pré-condições para que a Fifa aprovasse a Arena Corinthians como palco da abertura do Mundial de 2014.

    O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, disse a pessoas próximas que o clube arrecadou até agora R$ 47 milhões com os certificados. O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) havia retirado a emissão dos demais CIDs do orçamento, o que seria restabelecido pela emenda do vereador.

    Em julho do ano passado, somadas a obra do estádio e os juros, o valor da construção estava em R$ 1,64 bilhão.

    O Corinthians e a Arena Fundo de Investimento, que administra o dinheiro que será usado para pagar a construção, não divulgam os dados atuais. Conselheiros da oposição no clube consideram que o número pode ter chegado a R$ 2 bilhões.

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