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    'Grêmio japonês' faz história com quatro brasileiros no elenco

    FÁBIO ALEIXO
    DE SÃO PAULO

    14/12/2017 02h00

    Reprodução/Facebook
    Jogadores do Kawasaki comemoram gol em jogo de 2016, quando time jogou com camisa igual a do Grêmio
    Jogadores do Kawasaki comemoram gol em 2016, quando time jogou com camisa igual à do Grêmio

    No mesmo ano em que o Grêmio se sagrou tricampeão da Libertadores e busca o bicampeonato mundial, no sábado (16) contra o Real Madrid, seu "irmão" japonês escreveu o mais glorioso capítulo de sua história.

    Há duas semanas, mais precisamente no dia 2 de dezembro, o Kawasaki Frontale conquistou o título nacional pela primeira vez, após três vice-campeonatos em 2006, 2008 e 2009.

    Terminou a J-League com os mesmos 72 pontos do tradcional Kashima Antlers, mas levou a melhor no saldo de gols, 39 contra 22 do rival.

    O detalhe é que a equipe, que está na elite de maneira ininterrupta desde 2005, não liderou nenhuma das 34 rodadas. Na última partida, fez 5 a 0 em casa sobre o Omiya Ardija e contou com um empate em 0 a0 do Kashima com o Jubilo Iwata.

    Até 1997, o time se chamava Fujitsu F.C. era formado por empregados da fábrica de mesmo nome do ramo de tecnologia e estava na terceira divisão japonesa. Era praticamente um clube amador.

    Wikipedia
    Kawasaki Frontale tinha símbolo idêntico ao do Grêmio
    Kawasaki Frontale tinha símbolo idêntico ao do Grêmio

    Mas naquele ano, após subir para a segunda divisão resolveu mudar tudo. A Fujitsu seguiu como patrocinadora -o que faz até hoje. O nome, porém, foi alterado para Kawsaki Frontale, unindo o nome da cidade onde tem sua sede com a palavra que em italiano significa frente.

    Ao mesmo tempo que mudava o nome, firmava uma parceria com o Grêmio, que dois anos antes havia estado no Japão para a disputa do Mundial de Clubes.

    Com acordo, o Kawasaki passou a ter uma camisa tricolor em azul, preto e branco cuja fabricante era a Penalty, mesma fornecedora de material esportivo do Grêmio. O símbolo era uma réplica.

    Além disso, o clube gaúcho mandou para o Japão o zagueiro Scheidt, o atacante Márcio e Zeca, auxiliar-técnico de Luiz Felipe Scolari.

    "Foi uma experiência muito boa e diferente. Eu estava na transição do juvenil para o profissional e apesar de ter sido campeão da Libertadores em 1995 não estava sendo muito utilizado aqui. Lá cheguei como titular, já que antes eram todos amadores", contou Scheidt à Folha.

    Em 1999, Tinga também defendeu a equipe asiática.

    A parceria durou oficialmente até 2000 mas até hoje é grande a relação com o Grêmio e com brasileiros.

    No ano passado, o clube atuou novamente com camisa idêntica ao do tricolor gaúcho. Neste ano, tinha quatro brasileiros no elenco.

    Eram eles: Elsinho, Eduardo, Eduardo Neto e Rhayner.

    Reprodução/Facebook
    Elsinho é um dos quatro brasileiros que estiveram presentes em título japonês
    Elsinho é um dos quatro brasileiros que estiveram presentes em título japonês

    "Até hoje eles têm muito forte esta relação com o Brasil. Eles levam bandeiras aos estádios. Depois do título, os torcedores gritavam 'Dale Grêmio'. No museu tem também camisas do Grêmio", contou o meia-atacante Rhayner, que no Brasil teve passagens por Fluminense e Ponte Preta, entre outros.

    Um fato curioso é que se o Mundial de Clubes deste ano fosse no Japão, como ocorreu em oito oportunidades neste formato, poderia haver um duelo entre Grêmio e Kawasaki. Isso porque o campeão do país-sede sempre tem uma vaga assegurada.

    "É uma pena. Seria muito legal se isso acontecesse. Minha família é toda gremista", afirmou Rhayner, que está sem contrato, mas quer seguir defendendo o Kawasaki em 2018.

    No próximo ano, a equipe disputará a Liga dos Campeões da Ásia, torneio que dá ao campeão a vaga no Mundial de Clubes.

    "Este título significou muito para nós. Fazer parte desse momento é maravilhoso. Estou muito feliz em ter mudado a história do clube. Agora tenho certeza que o Kawasaki Frontale irá seguir conquistando títulos", afirmou o lateral Elsinho, que defende o time desde 2015.

    "No início do clube, eles se inspiraram no Grêmio por longos anos, mas agora creio que o Kawasaki Frontale já criou sua própria identidade", completou.

    Jiji Press/AFP
    Jogadores do Kawasaki Frontale celebram o título japonês de 2017
    Jogadores do Kawasaki Frontale celebram o título japonês de 2017
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