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    Após mudar estatuto, COB só verá fim de sanção internacional em fevereiro

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    19/12/2017 02h00

    Ricardo Borges/Folhapress
    Rio de Janeiro, Rj, BRASIL. 13/10/2017; Entrevista com Paulo Wanderley, presidente do COB ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress)
    O presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira, em entrevista na sede da entidade, no Rio

    No último dia 6, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) aprovou a mudança definitiva de seu estatuto e cumpriu, assim, exigência determinada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), que lhe impôs suspensão em outubro.

    Porém, a ratificação do documento não vai representar a derrubada imediata da sanção. A Folha apurou que ela será apreciada apenas em fevereiro, durante reunião do comitê executivo do COI em PyeongChang (Coreia do Sul).

    O encontro ocorrerá entre os dias 3 e 5 de fevereiro, às vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno que ocorrerão na cidade sul-coreana do dia 9 ao 25 do mesmo mês.

    O presidente do COB, Paulo Wanderley, que assumiu a entidade em outubro depois da renúncia de Carlos Arthur Nuzman, viajará ao país asiático para apresentar eventuais garantias e se reunir com presidentes de confederação e federações internacionais.

    Wanderley afirmou que espera que a suspensão do COI seja "sanada" em fevereiro. Para ele, o COB aprovou mudanças de governança e estatutárias de acordo com o que foi exigido pelo comitê internacional nos últimos meses.

    Para ir ao encontro do que demandava o COI, foram criados conselho de administração e um conselho de ética.

    Além disso, a entidade nacional também desligou de sua cúpula dirigentes ligados a Nuzman, como o ex-secretário-geral Sérgio Lobo, o ex-diretor de comunicação Augusto Heleno, o ex-diretor de esportes Agberto Guimarães, o ex-diretor de relações institucionais Bernard Rajzman e o gerente-geral Edgar Hubner.

    Foram dispensados ao menos outros 20 funcionários, o que gerou economia de R$ 9,3 milhões aos seus cofres.

    O Brasil terá uma delegação pequena na Olimpíada de Inverno em modalidades de neve e gelo. O número final ainda não foi divulgado.

    Se a expectativa se confirmar, o comitê brasileiro voltará a receber fundos do COI que estão bloqueados.

    A sanção foi imposta no dia 6 de outubro devido aos desdobramentos que culminaram na renúncia de Nuzman.

    O cartola foi preso pela Polícia Federal em 5 de outubro sob suspeita de ter servido como "ponte" em esquema que teria comprado votos para eleger o Rio sede da Olimpíada de 2016. Ele renunciou em 11 de outubro e, atualmente, responde em liberdade graças a um habeas corpus.

    Em razão do ocorrido com Nuzman, o COI impediu que o COB recebesse pagamentos e subsídios e cassou seus direitos como filiado, como fazer parte de associações de comitês olímpicos nacionais.

    No dia 31 de outubro, o COI revogou parte a suspensão: o Brasil recuperou a filiação e os direitos respectivos, mas permaneceu sem receber repasses do órgão máximo do movimento olímpico.

    O valor repassado ao comitê brasileiro gira em torno de R$ 8 milhões por ano –às vezes, chega a R$ 10 milhões.

    O montante varia de acordo com o bolo que o COI arrecada e fatia ano a ano.

    De acordo com seu relatório anual, Em 2016, por exemplo, ele repartiu US$ 540 milhões entre os 206 comitês olímpicos nacionais filiados.

    Os R$ 8 milhões advindos do COI equivalem a cerca de 4% do que o COB recebe das verbas da Lei Piva, que destina percentual (2,7%) da arrecadação bruta de loterias federais ao esporte nacional.

    Neste ano de 2017, o comitê brasileiro trabalhava com uma estimativa de captar R$ 210 milhões por meio da lei.

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