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    Sem dinheiro para pagar 13º, Santos recorre a empréstimo de R$ 45 mi

    ALEX SABINO
    DIEGO GARCIA
    DE SÃO PAULO

    20/12/2017 13h19

    Keiny Andrade/Folhapress
    José Carlos Peres, presidente eleito do Santos, em entrevista à Folha

    O Santos irá recorrer a um empréstimo bancário de cerca de R$ 45 milhões para garantir pagamentos de curto prazo. A diretoria eleita no início de dezembro diz não haver dinheiro no clube para pagar a segunda parcela do 13º dos funcionários e o salário a ser depositado em 5 de janeiro, além de outros débitos.

    "O Santos está zerado", afirmou José Carlos Peres, presidente eleito, à Folha.

    Ele tomou posse na última segunda-feira (18), mas já trabalhava na semana passada na transição da administração.

    O Santos tem cerca de 800 funcionários e Peres pretende enxugar o número de contratados. Ele considera que a folha de pagamentos administrativa do Santos está inchada. Há executivos remunerados com contrato até o final do ano que recebem mais de R$ 100 mil mensais.

    Peres estudou ir à Federação Paulista de Futebol pedir adiantamento das cotas de TV que serão pagas apenas em 2018, mas preferiu empréstimo bancário. Uma de suas promessas de campanha é alongar o perfil da dívida do clube.

    De acordo com auditoria do clube referente aos primeiros nove meses deste ano, o Santos gastou R$ 9,8 milhões mensais com a folha de pagamentos. Apenas o departamento de futebol profissional foi responsável por R$ 8,3 milhões.

    Keiny Andrade/Folhapress
    Presidente do Santos, José Carlos Peres, em entrevista à Folha

    "O clube está em uma situação delicada. Vamos iniciar a reformulação administrativa a partir de janeiro", completou o presidente.

    UMBRO

    Peres também afirma que vai rescindir o contrato com a Umbro para fornecimento de material esportivo. Ele alega que o seu antecessor, Modesto Roma, não poderia ter assinado o acordo a menos de dois meses da eleição, que aconteceu em 9 de dezembro.

    "A Umbro já foi avisada disso. Vamos em busca de outro fornecedor de material. Os valores que foram assinados são irrisórios", se queixa.

    Pelo documento, a empresa fornecerá o material esportivo do clube e fará a comercialização pelo período de dois anos. O valor total do contrato é de cerca de R$ 5 milhões.

    Uma das empresas que o Santos iniciou conversas para eventualmente substituir a Umbro é a Puma.

    Em entrevista à Folha no início deste mês, o ex-presidente Modesto Roma Júnior, que assinou o acordo, disse que tinha autoridade para tal.

    "O estatuto diz que o comitê de gestão não poderá comprometer receitas ordinárias ou extraordinárias no período superior ao seu mandato em benefício da sua gestão nem comprar, vender ou empresar direito federativo de qualquer atleta profissional nos últimos três meses do seu mandato sem a prévia autorização do conselho deliberativo. Isso é o que diz o estatuto. É difícil administrar sem conhecer o básico do estatuto. É o artigo 91", disse, alegando que isso se aplica à compra e venda de jogadores apenas.

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