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    Corrupção no futebol

    Com voto na eleição da CBF, cartolas evitam falar sobre sucessão a Del Nero

    ALEX SABINO
    ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

    20/12/2017 14h53

    Sucessor de Marco Polo Del Nero na presidência da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos reconhece que a situação do seu antecessor atrapalha o futebol brasileiro e que, para o esporte seguir adiante, é preciso uma definição "com clareza" da situação do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), banido pela Fifa por até 90 dias.

    "[A situação de Del Nero] É difícil. Claro. Não do Marco Polo. Do futebol. A gente é o maior interessado que as coisas se definam rapidamente. É preciso definir com clareza", disse o dirigente, em Assunção, onde está para o sorteio dos grupos da Copa Libertadores de 2018, nesta quarta (20).

    Apesar de o assunto ser discutido entre os cartolas em conversas particulares entre os dirigentes, Carneiro Bastos não quer falar publicamente sobre a possível sucessão de Del Nero.

    O presidente da CBF foi banido 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa por suspeita de participação em fraude de contratos de competições sul-americanas.

    Del Nero vai apresentar sua defesa até o início de janeiro. A suspensão pode ser prorrogada ou ele pode ser proibido definitivamente de ter envolvimento no futebol.

    Em audiência nos EUA, delatores de corrupção na Fifa afirmaram que Marco Polo Del Nero recebeu propinas quando era vice-presidente da CBF.

    O empresário J. Hawilla apresentou gravações onde negociava com Kleber Leite, dono da agência Klefer, o pagamento de propinas para os ex-presidentes da CBF, José Maria Marin e Ricardo Teixeira e para Del Nero, o atual mandatário, afastado pela Fifa.

    Conforme a Folha publicou, a intenção de Del Nero era realizar as eleições em maio de 2018, antes do Mundial da Rússia, para ter maior controle sobre o sucessor e evitar que o resultado da Copa do Mundo possa ter maior influência.

    "A eleição pode ser feita até abril de 2019. Falar em eleição sem saber as regras do jogo é uma insanidade. Todos precisam ter consciência do que pode ou não pode. Não é o momento [para falar em sucessão]", completa.

    Ele nega a existência de conversas sobre possíveis nomes para assumir o comando da CBF, caso Del Nero não consiga se livrar das acusações. É o mesmo caminho que seguem clubes ouvidos pela Folha na capital paraguaia ou que ficaram no Brasil.

    "Nós não temos elementos para fazer qualquer tipo de análise. Não tenho conhecimento se há conversa entre os clubes sobre a eleição [que deve acontecer em 2018]. Não estou sabendo disso", disse Marcelo Galiotte, presidente do Palmeiras.

    "Esse é um assunto delicado. Precisamos ter cuidado para não fazer pré-julgamento de ninguém. Vamos esperar", completou o presidente eleito do Santos, José Carlos Peres.

    Alguns cartolas, como o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, preferem adotar o quase silêncio. "Não está definido", limitou-se a dizer.

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