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    Corrupção no futebol

    CBF adia eleição e, banido, Del Nero já articula candidato

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    22/12/2017 02h00

    Com obanimento de Marco Polo Del Nero futebol por 90 dias, a eleição da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que estava marcada para abril, será adiada para o segundo semestre de 2018.

    Del Nero e seus aliados querem ganhar tempo na esperança de o cartola ser absolvido na Fifa, hipótese remota. Mesmo que ele não consiga escapar da punição, o grupo político do cartola vai aproveitar os próximos meses para tentar viabilizar uma candidatura da situação. Rogério Caboclo, diretor executivo de gestão da confederação, é o preferido de Del Nero pra sucedê-lo.

    Substituto do cartola na presidência da CBF, Antônio Carlos Nunes, também tem chance de ser escolhido pela situação para concorrer.

    Ex-presidente Federação Paraense de Futebol, Coronel Nunes, como gosta de ser chamado, é o vice mais velho da CBF e assumirá o cargo definitivamente, caso a punição da Fifa a Del Nero seja confirmada.

    Na sexta-feira (15), a federação internacional baniu o presidente da CBF por 90 dias do futebol com base nas acusações feitas por delatores na Justiça dos EUA.

    Ele é acusado pelas autoridades americanas de participar de um esquema de recebimento de propina na venda de torneios no Brasil e no exterior. O cartola nega.
    De acordo com a Fifa, a suspensão pode ser renovada por mais 45 dias.

    Pelo estatuto da CBF, a eleição pode ser realizada um ano antes do fim do mandato atual, que se encerra em abril de 2019. O mandato na confederação é de 4 anos
    Antes de ser banido preventivamente pela Fifa, Del Nero já tinha definido que o pleito seria realizado em abril. Candidato único, ele queria garantir a reeleição antes da Copa do Mundo da Rússia. O cartola acreditava que se houvesse um fracasso da seleção no Mundial de 2018 isso poderia atrapalhar o seu projeto político.

    Agora, o cenário mudou. Aliados de Del Nero querem usar o tempo para viabilizar uma nova candidatura.

    ROMÁRIO CANDIDATO

    Apesar das articulações nos bastidores, apenas Romário lançou publicamente sua pré-candidatura.

    Um dos mais ferrenhos opositores de Del Nero, o senador do Podemos diz querer mais democracia no processo eleitoral da entidade.

    Renato Costa/Folhapress
    O senador Romário ouve o depoimento de Marco Polo Del Nero na CPI do Futebol, em Brasília (DF), em dezembro de 2015
    O senador Romário ouve o depoimento de Marco Polo Del Nero na CPI do Futebol, em Brasília (DF), em dezembro de 2015

    Atualmente, apenas os presidentes das 27 federações estaduais e os 40 representantes dos clubes das Série A e B do Campeonato Brasileiro podem participar do pleito de escolha do mandatário da confederação.

    Apesar de ter o menor número de representantes no colégio eleitoral, as federações têm a maioria dos votos na eleição.

    Em março, a CBF mudou o peso para clubes e federações no pleito para favorecer os seus aliados. Pela nova regra, o voto de cada uma das 27 federações terá peso três. Os times da Série A terão peso dois. Os da Série B ficarão com peso um.

    No total, os cartolas das federações estaduais terão 81 votos contra 60 dos clubes.

    Presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou os negócios da CBF, Romário já disse que vai lutar para uma eleição "diretas já". Ele defende a participação de atletas e mais clubes.

    "Agora clamo a todos que amam o futebol e estão cansados de tanta sacanagem a se juntar a mim nessa causa. Jogadores, ex-jogadores, técnicos, clubes, empresários e até presidentes de federação que queiram a mudança", disse o senador.

    Os clubes não lançaram candidatos, o que deve ocorrer nos próximos meses.

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