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    "Folhinha" explicou a Independência do Brasil há 41 anos

    DE SÃO PAULO

    06/09/2013 12h18 - Atualizado às 16h17

    Você sabe como foi feita a Independência do Brasil?

    Há 41 anos, no dia 3 de setembro de 1972, a "Folhinha" publicou uma matéria para contar aos leitores como o Brasil virou um país independente, em 7 de setembro de 1822. Na época da publicação, o Brasil completava 150 anos como um país livre.

    A frase "Independência ou morte!", bradada por D. Pedro I às margens do riacho Ipiranga, ficou famosa. Mas o processo de independência começou bem antes disso.

    Além de explicar direitinho essa história, a "Folhinha" também ensinou às crianças sobre os costumes de 1822 e falou sobre os eventos especiais que comemoraram os 150 anos da independência em São Paulo.

    Leia abaixo a matéria de 72.

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    A Independência começa no "Fico", em janeiro de 1822

    A proclamação da Independência do Brasil, todos sabem, foi em 7 de setembro de 1822.

    Mas já no início de janeiro daquele ano havia um movimento em favor da causa brasileira. Tanto que no dia 9 de janeiro de 1822 o príncipe regente do Reino do Brasil, D. Pedro I, manifestava sua vontade de libertar nossa pátria do jugo português. Isso porque foi naquele dia 9 que disse a célebre frase –"Se for para o bem de todos e felicidade geral da Pátria brasileira, diga ao povo que fico"– manifestando seu desejo de tudo fazer pela liberdade do nosso país.

    Em 16 de fevereiro, D. Pedro I assinou um decreto importante, convocando um Conselho de Procuradores Gerais das Províncias, cuja missão era a de encontrar uma fórmula para que o Brasil tivesse anatomia própria, desligando-se de Portugal. O povo estava descontente com o domínio português. Na Bahia houve um movimento de reação: queriam o Brasil livre de Portugal.

    Em abril de 1822, D. Pedro I foi a Minas e lá fez uma proclamação exaltando ao povo a "Santa Causa da Liberdade do Brasil e sua Independência". O mesmo falou em São Paulo em junho.

    As Cortes Portuguesas, verificando o perigo de ficarem sem a sua colônia, mandaram cartas a D. Pedro I em que pediam a volta a Portugal do príncipe regente. Mas, bem aconselhado por José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro I, que era muito impulsivo, não teve dúvidas: entre voltar e ser preso e proclamar a Independência do Brasil, decidiu-se imediatamente pela Independência.

    E falando na ocasião aos seus ministros e soldados, declarou:

    - Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguem-nos. De hoje em diante, nossas relações estão quebradas. Nenhum laço nos une mais.

    E, lançando ao chão o laço azul e branco (cores da bandeira portuguesa) do chapéu, declarou:

    - Viva a Independência, a liberdade e a separação do Brasil! Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte!

    Logo depois, no Ipiranga, D. Pedro I proclamava a Independência definitiva do Brasil.

    "Defensor Perpétuo": Título para D. Pedro

    D. Pedro I ficou conhecido como um jovem de muita bravura e disposto a alcançar seus objetivos, mesmo que lhe surgissem à frande dificuldades das mais difíceis.

    Ao decidir-se pela proclamação da Independência, D. Pedro I provou seu grande amor pela nossa Pátria e a vontade de ver dominar a justiça. Daí porque não titubeou em cortar os laços que o ligavam à sua Pátria, Portugal.

    O povo e as autoridades brasileiras souberam admirar e reconhecer a valentia e a decisão do jovem príncipe. Tanto assim que a 12 de outubro de 1822, portanto um mês e pouco após a proclamação da Independência, D. Pedro I era aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

    Folhapress
    Capa da Folhinha do dia 03/09/1972
    Capa da Folhinha do dia 03/09/1972

    Como eram os costumes da época?

    Ao tempo da Independência do Brasil, há 150 anos, o modo de viver, de vestir, das casas, dos bailes eram bem diferentes dos de hoje.

    Naquele tempo as ruas eram poucos movimentadas. Os homens de terno e casacos de enormes lapelas, botinas, chapéus altos e gravatas bem largas, sapatinhos delicados, chapéus com véu e sombrinhas de cabo bem comprido.

    Não havia carros nem ônibus. As carruagens puxadas por animais e as literais eram os meios de transporte utilizados pelas pessoas de posses.

    Os bailes eram muito procurados e as valsas e músicas bem melodiosas é que predominavam. Havia mesuras e delicadezas entre os pares e o ambiente refinado é que imperava nas mansões dos mais favorecidos.

    Independência com muita luz e som

    Estamos bem próximos da maior data cívica da História do Brasil: a comemoração da Independência do nosso país, que está completando seus 150 anos de nação livre.

    Para comemorar o grande acontecimento, muitas festividades já estão se realizando em todo o território nacional. Tudo para mostrar o amor e o carinho que o povo brasileiro sente pela sua pátria.

    Aqui em São Paulo, além de outras festividades, vamos ter o maior espetáculo cívico de todas as comemorações do Sete de Setembro: "Som e Luz", no Monumento do Ipiranga.

    Trata-se de um espetáculo que está em preparo há meses. Vocês todos que forem ao Monumento do Ipiranga vão acompanhar de perto os episódios que culminaram na Independência do Brasil. Durante 70 minutos todos ouviremos, como se estivessem bem próximos de nós, as vozes de D. Pedro I, D. Pedro II, José Bonifácio, Dona Leopoldina, Princesa Isabel, Castro Alves e outros, dos primórdios do nascimento do Brasil, como o Padre Anchieta, o Padre Manuel de Paiva, Fernão Dias, Raposo Tavares e outros grandes vultos da nossa história.

    O espetáculo do dia 7 terá como principais convidados o Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, e o primeiro-ministro de Portugal, sr. Marcelo Caetano.

    "Som e Luz" constitui-se num programa especial do Governo do Estado e foi planejado pela Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo. Para prepará-lo foram necessárias centenas de pessoas, técnicos, atores e atrizes, a Orquestra Filarmônica de São Paulo, o Coral Prómusica Sacra e os Titulares do Ritmo.

    Tudo foi gravado em fita magnética, na Holanda, e apresenta uma visão panorâmica da História do Brasil. Todos vão entender tudo, porque o narrador irá contando episódio por episódio: a chegada do homem branco; a fundação do colégio de São Paulo por Anchieta; a ação das Bandeiras; a luta de D. Pedro I pela Independência; Ordem e Progresso e a apoteose, dedicada à chegada dos restos mortais de D. Pedro ao Monumento do Ipiranga.

    A grande data cívica brasileira merecia mesmo um espetáculo especial. São Paulo é Brasil, as homenagens da FOLHINHA DE S. PAULO.

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