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    Nos 460 anos de São Paulo, veja como pipeiros encaram os riscos da cidade

    GABRIELA ROMEU
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    25/01/2014 00h01

    Quem anda por São Paulo entre dezembro e janeiro facilmente encontra um menino de olho nas alturas. O céu colorido logo avisa qual é a brincadeira: é temporada de pipa na cidade.

    Menino pipeiro gosta de desafios. E o primeiro é caçar um lugar para subir suas pipas - ou peixinhos, peixonas, quadrados e raias, entre outros nomes desse brinquedo milenar.

    Contam que as pipas nasceram na China, onde já cruzaram os céus para fins militares, enviando mensagens a aliados durante batalhas.

    Hoje, a batalha de Cauan Vitor Marques dos Santos, 6, é fugir dos fios e dos prédios. Na Vila Formosa (zona leste), achou um pedaço de céu no canteiro entre duas avenidas. "Meu pai disse que aqui é mais seguro", diz.

    A popularidade do brinquedo num bairro de São Paulo é indicada pelos restos de rabiola e pipas penduradas nas fiações das ruas. Vestígios da brincadeira eram muitos na Parada de Taipas (zona norte), onde os meninos se arriscavam em lajes para empinar.

    "Também empino em morros e caixas d'água", conta Felipe dos Santos, 12, que coleciona cicatrizes na canela. Nos dedos das mãos, enrola esparadrapo. "A linha corta o dedo", explica.

    Correr atrás desse brinquedo é geralmente uma aventura cheia de riscos. Na avenida Salim Farah Maluf, na Vila Prudente (zona leste), os meninos desafiam até carros apressados para conquistar uma pipa.

    É a diversão de Gustavo Henrique Pereira de Souza, 10. "É perigoso, mas eu tomo cuidado", diz. "Já levei mais de 15 pipas para casa num dia", conta o menino, que carregava uma na mão, igual a um troféu.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CURIOSIDADE

    Nascida na China, a pipa chegou ao Brasil na bagagem dos portugueses.

    Logo, por aqui se espalhou, ganhando diversos formatos e nomes: papagaio, quadrado, padorga, curica, peixinho, raia, bicuda e muitos outros.

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