O sonho de todo cineasta é fazer um filme que não se pareça com nenhum outro. Os diretores de "Uma Aventura Lego", que entrou em cartaz ontem, conseguiram chegar lá.
Para dizer a verdade, tem coisa ligeiramente parecida com o filme, sim. A série "Transformers", por exemplo, também dá vida a uma linha de brinquedos.
Mas, nesse caso, foi com atores e efeitos especiais realistas, para a gente acreditar em tudo. Não sei você, mas acho que "Transformes" ficou forçado. É tudo falso e barulhento.
Já o legal de "Uma Aventura Lego" é que o próprio filme não se leva a sério. É uma grande brincadeira, uma história bem maluca com os blocos de montar.
"É uma mistura de 'Transformers' com 'Matrix'", disse à "Folhinha" o ator Chris Pratt, em evento de divulgação do filme, nos Estados Unidos.
Na versão falada em inglês, Pratt faz a voz de Emmet, minifigura comum do universo Lego. Trabalha numa construção, mas, por acidente, é confundido com o aguardado herói que enfrentará um tirano.
Para ajudá-lo nessa tarefa, aparecem a mocinha Wildstyle e vários personagens de outros universos, como Batman, Mulher-Maravilha e Superman -todos em minifiguras Lego.
Diretores também de "Tá Chovendo Hambúrguer" (2009), Phil Lord e Chistopher Miller fizeram a maior parte da animação em "stop motion", fotografando cenários e cerca de 20 milhões de peças -as fotos, exibidas na sequência, dão ideia de movimento.
Mas uma pequena parte das imagens foi criada em computadores. "Não queremos que o espectador saiba o que é real e o que é digital", disse Lord.
Está feito o desafio: veja "Uma Aventura Lego" e tente descobrir o que não é foto de cenário e peças. Já adianto: não vale dizer que o mar é digital. Essa é a parte mais fácil de adivinhar.
SÉRGIO RIZZO viajou a convite da Warner