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    Contos de fada têm alguma coisa a ver com o Nordeste brasileiro?

    HELOISA BRENHA
    DE SÃO PAULO

    30/08/2014 00h01

    À primeira vista, uma exposição chamada "Grimm Agreste" pode causar estranheza: o que a obra de dois irmãos na Alemanha tem a ver com o agreste, no Nordeste brasileiro?

    As ilustrações do pernambucano J. Borges ajudam a desvendar o mistério. Aos 78 anos, ele é um dos principais nomes da literatura de cordel.

    Tratam-se de livretos de versos, em geral bem-humorados, que contam histórias, fábulas e até satirizam os costumes e as autoridades. "Eu curto o cordel desde criança e escrevo nesse gênero desde os 20 anos e, até hoje, nunca parei", diz o artista.

    Para Christine Röhrig, uma das curadoras da mostra, os contos dos Grimm e os do cordel têm um parentesco secreto. Borges concorda: "O cordel também conta histórias de reinos encantados, rainhas, princesas, diabo, igual nos Grimm".

    A palavra "agreste" tem definições diversas. Pode significar selvagem, rústico, ou mesmo avesso aos costumes das cidades.

    Mas é mais lembrado como o território entre o sertão e o litoral do Nordeste, de solo meio pedregoso, plantas ralas e rios que somem durante a seca e reaparecem quando chove.

    No agreste nordestino, estão importantes cidades da região, como Campina Grande (PB), Caruaru (PE) e Feira de Santana (BA), onde o comércio e o intenso vaivém de pessoas fez surgir uma cultura muito rica.

    Eram em feiras como as que até acontecem nessa cidade, que os livros do cordel começaram a ser vendidos nas barracas, pendurados em varais de barbante.

    EXPOSIÇÃO "GRIMM AGRESTE"
    QUANDO até 2/11; de quarta a domingo, das 10h às 16h30
    ONDE Sesc Interlagos - av. Manuel Alves Soares, 1.100; tel. (11) 5662-9500
    QUANTO grátis

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