Lucas Prota Crippa se sente "meio diminuído" quando os adultos o tratam como se ele tivesse "cérebro de palha". Aos dez anos, ele conta que fica indignado quando a aeromoça, por exemplo, fala com a sua mãe, ao invés de conversar diretamente com ele.
"Esse tipo de coisa acontece o tempo todo, e alguns amigos também se sentem como eu, subestimados", diz.
Neste sábado (20), o menino estreia como colunista da "Folhinha", com textos que tratam desde os limites do "politicamente correto" a dicas de como as crianças podem resolver seus problemas.
Mas não pense que foi fácil chegar a temas tão complexos. Lucas demorou cerca de dois meses para escrever as colunas. "Minha mãe me deu boas ideias, mas achei algumas bobinhas. Começar é difícil, mas depois que descubro sobre o que quero escrever fica mais fácil."
| Arquivo pessoal |
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| Lucas Prota Crippa, 10, novo colunista da Folhinha |
MULTITAREFA
O garoto, que mora em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, lê todo os dias antes de dormir. A prática deu a ele uma visão crítica sobre o mundo dos livros.
Apesar de adorar ler, ele diz que não é algo que faz toda hora. "Se me perguntarem se eu prefiro jogar videogame ou ler, eu vou dizer que prefiro jogar videogame."
O garoto também tem o costume de desenhar histórias em quadrinhos. Os amigos chegaram a pedir cópias do gibi do Super Ovo, o protagonista que ele mesmo criou. "Depois das férias vou fazer uma história inédita e acho que vou cobrar um real por cada exemplar, mas ainda não decidi o preço."
Afinal, com todas essas habilidades, o que o menino vai ser quando crescer? "Costumo dizer que ainda tenho mais oito anos para pensar, então não fico me preocupando muito com isso. Mas acho que vou ser publicitário. Crio logotipos e marcas, meu pai diz que sou bom nisso", conta.
COMO PARTICIPAR
Se você quer ser um colunista como o Lucas, é só mandar um texto de mil caracteres para folhinha@uol.com.br, com nome, idade e "Ideias..." na linha de assunto.
O autor muda a cada mês e deve ter até 12 anos. O conteúdo é livre, você pode falar sobre o seu dia a dia na escola, brincadeiras, games e outros temas.
Lucas acredita que toda criança pode escrever um bom texto. "Primeiro, é preciso vontade. Se você escreve só porque é trabalho de escola, por exemplo, fica ruim. Em segundo lugar, tem que ser algo original. Se você fizer coisas iguais ao que outros já fizeram também não vai ficar legal", acredita o garoto.
Aos que querem se tornar colunistas como ele, o menino recomenda: "Escreva sobre alguma coisa que está acontecendo agora. O que chama a atenção dos adultos pode chamar atenção das crianças também."