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    Crianças criam robôs e disputam prêmio internacional

    DE SÃO PAULO

    23/09/2015 02h00

    A aula só começa às 8h, mas, durante algumas semanas, cinco alunos de Bauru (SP) resolveram chegar na escola às 6h. O que eles faziam nessas duas horas de sobra?

    "A gente ia mais cedo para programar nosso robô. Também ficávamos no colégio depois da aula e trabalhávamos até bem tarde aos domingos", diz Pedro Cintra, 12.

    Com mais quatro amigas, o menino participa da etapa final da Moonbots, uma competição internacional do Google que desafia crianças e adolescentes de 8 a 17 anos a desenhar, criar e programar seus próprios robôs. O objetivo é mostrar aos pequenos que ciência também pode ser divertido.

    Duas equipes brasileiras estão entre as 30 finalistas –que vêm de países como Estados Unidos, Israel, Índia, México e Espanha. "Nosso grupo era um dos mais novos. A maioria tem 15 ou 16 anos e já participou de outros concursos", conta Júlia Amaral, 10.

    A pouca idade, porém, não foi uma desvantagem para Gabriela Salgado, 12: "Não tínhamos quase nenhuma experiência, mas pesquisamos, fomos atrás do professor de robótica e, no final, aprendemos a programar e a trabalhar em equipe."

    Na escola de Rafael Schuch, 13, que faz parte da equipe de São Paulo, o projeto vai virar parte do currículo. "O colégio já tinha a ideia de incluir aulas de programação. Depois que fizemos uma apresentação sobre o nosso robô, resolveram implantar". O menino diz que a competição o ajudou a se concentrar mais e até a melhorar suas notas.

    COMO FUNCIONOU?

    O concurso começou em janeiro e é uma versão infantil da competição Google Lunar X-Prize. Desde 2007, equipes estão tentando criar tecnologias para levar um robô à Lua com recursos privados pela primeira vez, com prazo final em 2017.

    Enquanto o prêmio para os vencedores adultos será de mais de U$ 20 milhões (cerca de R$ 81 milhões), a recompensa das crianças será conhecer esses engenheiros e pesquisadores em uma viagem ao Japão.

    No desafio infantil, as equipes tiveram que passar por duas etapas, tudo em inglês e via internet. Na primeira fase, os participantes mandaram um vídeo ou texto com o tema "O que te inspira sobre a Lua?".

    Na segunda, os 30 grupos finalistas receberam um quite de programação e, com ele, tiveram que criar seu próprio robô. Esse robô precisava realizar algumas missões na frente dos jurados, por videoconferência (assista acima). "Foi uma tensão gigante, a gente não conseguia falar nem se mexer direito", conta Rafael.

    O resultado será divulgado ainda nesta semana, mas não parece ser o fim para as crianças. "Vamos aprimorar o robô e, independente de quem ganhar, já combinamos que vamos participar de novo no ano que vem", conclui Pedro.

    Colaborou JÚLIA BARBON

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