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    'Skate é coisa de menina, sim', diz campeã brasileira de sete anos

    FELIPE GIACOMELLI
    DE SÃO PAULO

    01/10/2015 03h00

    Bob Burnquist, Sandro Dias e Karen Jonz fizeram o Brasil se acostumar com uma rotina de títulos importantes no skate nos últimos anos. No que depender de Rayssa Leal, 7, o sucesso do país na modalidade vai continuar por muito tempo.

    Há algumas semanas, Rayssa saiu da cidade de Imperatriz, no Maranhão, para ganhar o mundo. É que um vídeo em que a menina, vestida de fada, fazia algumas manobras em cima de um skate se espalhou pela internet.

    Ele chegou até a Tony Hawk, um dos maiores ídolos do mundo no esporte. "Esse é um 'heelflip' conto de fadas. Não sei nada sobre ela, mas amei", afirmou o americano em um post no Facebook, que foi compartilhado quase 20 mil vezes.

    "Heelflip" é uma manobra na qual, durante um salto, o skate dá um giro de 360º. É a favorita da menina, que levou quase uma semana para aprendê-la. E foi com ela que Rayssa venceu o Campeonato Brasileiro de Street Skate Mirim deste ano, disputado em Blumenau, em Santa Catarina, em julho.

    A história da garota no skate é um pouco mais antiga. Começou há cerca de um ano e meio, quando ganhou um par de patins no aniversário de seis anos. Em pouco tempo e muitas quedas depois, resolveu trocá-lo pelo skate, e não parou mais de andar com o novo brinquedo

    "Comecei a andar com um amigo do meu pai. Mas ele parou e eu continuei", diz Rayssa à Folha.

    Hoje, ela conta com o apoio dos pais, que sempre a acompanham a cada treino e a cada competição. Só que o suporte não é o mesmo de toda a família. Rayssa disse que uma tia e uma avó já falaram que skate não é brincadeira de menina.

    E o que a pequena skatista tem a dizer para quem pensa assim? "Skate é, sim, coisa de menina", afirma.

    Além dos treinos no esporte, Rayssa também frequente a escola. Fora as tarefas da aula, ela gosta mesmo é de jogar futebol. Seu time de coração é o Corinthians. Segundo seus pais, ela nunca gostou de brincar de bonecas. Sua paixão sempre foi o esporte.

    Ela já decidiu que quer ser skatista profissional quando crescer. O próximo passo para alcançar esse sonho é competir na Taça Santa Catarina, de Skate Street, marcada para o dia 31 de outubro em Blumenau. Há uma campanha de financiamento on-line para levá-la ao torneio.

    Até o momento que esta reportagem foi publicada, faltavam R$ 80 dos R$ 3.000 necessários. Mesmo que o valor não seja alcançado até o prazo de 16 de outubro, a família disse que algumas empresas procuraram a menina para ajudá-la na carreira.

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